Ben Carter é um libertino notório! Ele não faz nenhum esforço para redimir sua imagem sedutora e inabalável, partindo corações e provocando as mais intensas paixões em mulheres desavisadas, que se deixam encantar por seu charme e beleza. Embora desejado e bem-sucedido em sua carreira, Ben não consegue superar a dor e o trauma deixados pelo pai, um homem cruel e manipulador, cujas ações deixaram cicatrizes profundas em seu coração, tornando-o incapaz de amar ou se comprometer verdadeiramente. Esse passado, no entanto, o coloca no caminho de Grace Sinclair, herdeira de uma vasta fortuna, que retorna à sua cidade natal com o objetivo de estabelecer suas raízes e assumir o controle dos negócios da família. Apesar de sua aparência sofisticada e educada, Grace carrega um coração melancólico, marcado pela dor de ter perdido a mãe ainda criança. Quando Grace encontra Ben pela primeira vez, ela é imediatamente atraída por ele, o que a arrasta para uma trama de intrigas que ela nem imagina estar ligada, colocando em risco seu coração e sua vida!
Leer másAnsiosamente, observei o relógio em meu quarto. Eram quase uma da manhã, e eu aguardava com expectativa a mensagem da minha amiga, Camille, ou melhor, Cam. Essa noite prometia ser diferente de todas as outras. Desde que voltei a Santa Barbara, tenho me arrastado pelos compromissos sociais e jantares oferecidos por sócios e velhos amigos da família. Estou sufocando sob as expectativas impostas aos Sinclair. No entanto, a mensagem tentadora de Cam no meio da noite desencadeou seu plano de me libertar deste lugar, tarde da noite, sem que ninguém perceba.
Estar de volta após tantos anos têm sido uma experiência intensa, mas estou descobrindo que, mesmo que eu tenha que participar desses eventos, sinto um estranho contentamento por estar novamente em casa. Foram quase seis anos no exterior, vivendo e estudando na Europa após a morte de minha mãe. Por muito tempo, nem mesmo considerei voltar para casa. No entanto, o tempo, que semeia dúvidas, também nos mostra o caminho e as respostas corretas. Tenho a impressão de que, não importa o quão longe eu vá ou por quanto tempo eu fique, há apenas um lugar para onde meu coração deseja retornar.
Devo confessar que pensei que seria mais desafiador, mas além de algumas perturbações, que pretendo resolver pessoalmente, como uma candidata a madrasta desagradável, estou satisfeita por ter voltado. Se meu pai não foi capaz de lidar comigo e com a perda de minha mãe nos primeiros meses, parece que ela encontrou a energia necessária para fazê-lo considerar se casar novamente. Talvez ela tenha esquecido que certas situações do passado sempre retornam, com o tempo que semeia dúvidas e revela as respostas corretas. Vou lembrá-la disso. Mas hoje, lembro apenas das palavras de Cam, ao me aconselhar a usar um certo vestido preto que ela encontrou em meu closet.
Mais óbvio seria impossível, mas eu não me importo. Tenho passado muito tempo tentando me encaixar e ser o que esperam de mim. Hoje, só quero uma noite comum, alguns drinques e alguma diversão.
Cam tem acesso irrestrito à nossa mansão, pois nos conhecemos desde sempre. Portanto, combinamos que ela me levará secretamente em seu carro. Ela chegará, alegando ter vindo me visitar rapidamente antes de seguir seu próprio caminho, enquanto eu devo me esgueirar pela porta lateral e encontrá-la o mais rápido possível, antes que meu segurança perceba minha saída. Não consigo me lembrar da última vez em que Cam e eu tivemos uma noite assim. É trágico pensar que momentos como esse são raros em minha vida.Finalmente, a mensagem de Cam chega: “Estou do lado de fora”. Com cuidado e silêncio, percorro os corredores da mansão, evitando fazer qualquer ruído que possa alertar meu pai ou os seguranças.
Chegando ao carro de Camille, uma sensação imensa de liberdade me inunda. Agradeço efusivamente à minha amiga e adentro no veículo, ansiosa por deixar para trás as expectativas e todo o luto que ainda me assombram desde a trágica perda de minha mãe anos atrás. O cenário é tão sombrio quanto na noite em que ocorreu a fatalidade, e a morte ainda paira como uma presença ameaçadora na Casa Sinclair, especialmente quando a escuridão toma conta de seus cômodos, como se estendesse seus braços em minha direção, clamando por minha atenção.Enquanto o carro se afasta, Cam aumenta o volume do som, e conversamos animadas, felizes por termos passado despercebidas, mesmo sabendo que teremos que nos explicar nos dias seguintes. Sim, Cam também terá que prestar contas, já que seu pai ocupa um cargo de confiança na Vinícola, e certamente ficará furioso com ela. Mas ambas concordamos que isso é algo para se pensar apenas amanhã. Apenas amanhã.
Antes de deixar Santa Barbara anos atrás, eu era jovem demais para sair tarde da noite, mas devo dizer que a vida noturna da cidade não me surpreende. Ela é movimentada e vibrante, especialmente a boate que escolhemos para nos divertir. A multidão é grande e diversa, uma mistura de locais e turistas, criando uma atmosfera animada e elétrica. Estar aqui, sem me preocupar com formalidades, por, pelo menos, algumas horas, será revigorante antes do que está por vir.Cam já esteve nesta boate antes, e eu a sigo de perto, observando enquanto ela acena para conhecidos. Logo, ela se dirige ao bar do outro lado do ambiente e segura minha mão, levando-me em direção às escadas. Rapidamente, coloca uma pulseira em meu braço, e os seguranças nos dão passagem à área vip.
— Vamos beber! — Ela diz animadamente, soltando uma risada.Eu simplesmente concordo, sentindo o frio no ar, tendo a certeza de que uma bebida quente me ajudará a aquecer. O andar de cima da boate é um caos. Um bar fica no fundo do ambiente, com nichos de sofá iluminados como camarotes e pequenos palcos onde dançarinas se apresentam. Para mim, é um lugar que exala diversão e adrenalina.
Em um dos pequenos palcos, um homem está sentado, como se fosse o dono do lugar. Eu reviro os olhos, mas acabo olhando novamente. Ele parece extremamente à vontade em seu jeans e camiseta branca, exibindo diversas tatuagens nos braços. Pulseiras de couro e um relógio completam seu visual. Um grupo de garotas o rodeia, parecendo adorá-lo, com seus cabelos escuros caindo sobre os olhos. Ele segura um cigarro em uma das mãos e uma lata de energético na outra, aparentemente despreocupado. Quando ele j**a os cabelos para trás, afastando-os dos olhos, nossos olhares se encontram.
— Não, não, não, não! — Cam exclama ao me ver pegando uma cerveja. — Pelo amor de Deus, Grace, aquele é o Satanás! Ele não presta!— Oh….— respondo, ainda sem entender.
— Deixa eu te explicar — continua Cam, segurando a cerveja em suas mãos. — Aquele cara ali é diversão barata. Ele não é confiável.
— Amiga, isso foi bem específico…., — comento, um tanto confusa.
— Eu? — ela ri nervosamente. — Não, jamais! Mas já ouvi um monte de histórias ruins sobre o bonitão ali. Por isso estou avisando, não quero que você acabe sendo mais uma vítima.
— Ok… — concordo, absorvendo suas palavras, embora ainda um pouco perplexa.
— Lembre-se, ele é como o diabo, Grace. Fique longe dele — conclui Cam, me dando um sorriso amistoso.
Já se passaram dois meses desde o nosso casamento, e posso afirmar, que a mãe de Cam estava certa: tem canalha que vale à pena! E Ben faz questão de manter-se na ativa, pelo menos comigo, e eu confesso, só sei adorá-lo mais por isso, de quero satisfazê-lo em todos os sentidos. Estamos voltando do clube noturno, nossos corpos ainda pulsando com a energia da música e da dança. Foi uma noite agradável, e é meu desejo que termine melhor do que começou, em nossa cama. Ben me segura em seus braços, nossos lábios se encontrando em beijos apaixonados enquanto atravessamos o hall principal da cobertura.Posso sentir a excitação de Ben, seu pau duro, contra minha bunda, seu desejo claramente visível em seu olhar que posso ver no espelho. É então que uma ideia surge em minha mente. Há algo que eu não posso simplesmente ignorar, algo que provocou uma reação estranha em Lewis quando ele fez aquela insinuação incômoda sobre Ben e eu, e não há como negar que tenho uma certa curiosidade sobre isso.E
Estou diante do espelho, admirando o reflexo no meu vestido delicado e elegante. Cada detalhe é perfeito, assim como o cenário deslumbrante do vinhedo particular da família Sinclair. Os convidados já chegaram, e tudo está pronto para o momento que mudará minha vida para sempre.De repente, ouço uma batida na porta e meu pai, pede permissão para entrar. Com uma caixa nas mãos, ele para por um instante para me admirar.— Você está tão bonita, querida... — meu pai diz suavemente ao entrar, segurando uma caixa cuidadosamente. Seus olhos se iluminam ao admirar-me no vestido de noiva. Ele se aproxima, e nos abraçamos com ternura. — Sua mãe ficaria tão emocionada ao vê-la nesse vestido! — continua ele, transmitindo uma mistura de orgulho e carinho.— Eu queria tanto que ela estivesse aqui... — suspiro, um lampejo de saudade atravessando meu coração. Participar ativamente dos preparativos para o casamento foi significativo, mas houve momentos em que desejei a orientação e a opinião da minha m
Cheguei em casa depois de uma manhã na Golden Sands, sentindo-me revigorado, desde os acontecimentos recentes, minha equipe tem se empenhado para que eu não precise me preocupar com trabalho, mesmo assim, estou retornando. Apesar de tudo o que aconteceu recentemente, estou começando a me sentir bem novamente. Essas férias forçadas podem até ter sido necessárias, percebo agora.Donna me recebe com alegria, um sorriso caloroso estampado em seu rosto. Ela preparou um almoço especial, e confesso que tenho pressa em retornar à academia, certo que antes do casamento ganharei alguns quilos pois ela tem feito isso todos os dias, e eu adoro a comida de minha mãe! Sentamos à mesa e conversamos sobre o casamento, discutindo os detalhes e compartilhando nossas expectativas. — Acho que Grace gostaria de morar no vinhedo. Você pensou na possibilidade?— Bem, eu não acho uma má ideia, mas gosto da facilidade de uma localização mais central. — falo enquanto me sirvo. — Eu e Grace chegaremos à um ac
O silêncio preencheu o quarto, apenas interrompido pelo suave zumbido das máquinas e pelas respirações aceleradas de todos. Meus olhos se encontraram com Benedict, seu sorriso irradiando alegria apesar das dores e cicatrizes que o marcavam. — Ben... — murmurei, minha voz embargada pela emoção, e também um tanto apreensiva porque evidentemente ele estava se esforçando para fazer o pedido. — Eu quero. Quero me casar com você, amor!— Eu te amo, Grace Sinclair. E, mesmo que as circunstâncias estejam longe do que imaginei para esse pedido, não quero adiar mais. Ele colocou o anel em meu dedo beijando minha mão em seguida. Ali, no hospital, cercados por testemunhas, enfermeiras que estavam passando, Cam, que havia chegado e silenciosamente assistia a cena enquanto enxugava as lágrimas. Meu pai, a Sra. Carter, e mesmo que não tivesse acontecido como ele havia planejado, ainda assim, foi perfeito!Uma onda de alegria percorreu-me, uma sensação que eclipsava a dor física e as feridas recen
O despertar no hospital trouxe consigo uma explosão de dor, uma constelação de agonia que se espalhava por cada centímetro do meu corpo. A consciência retornou como um borrão inicial, fragmentos de memória se juntando lentamente. A última coisa que eu lembrava era o confronto tenso, o momento crucial em que a vida de Grace estava pendurada por um fio e meu desespero atingiu um ponto crítico.O odor característico de hospital envolvia-me, e minha visão estava embaçada, ajustando-se gradualmente à luz suave do quarto. O cheiro de desinfetante e o murmúrio distante de máquinas adicionavam uma camada de irrealidade ao meu estado já atordoado.O curativo no meu peito era evidência física do confronto mortal com Lewis. Lutei para recordar cada detalhe, relembrando a tensão que impregnava o ar quando invadimos o esconderijo do meu pai. Minha única motivação naquele momento era salvar Grace, não importasse o custo.A imagem de Lewis, enforcando Grace com selvageria, continuava a assombrar-me
A consciência emergiu lentamente, trazendo consigo a confusão e a dor que se infiltravam por todo o meu corpo. Os pulsos ardiam, e a sensação de formigamento percorria meus braços, indicando que eu estava fortemente amarrada. A escuridão ao meu redor aumentava a sensação de desconhecido, tornando meu coração bater descompassado. Eu sentia dores bem localizadas em meu braço então, por um momento penso em que tipo de droga eles estavam usando para me apagar. Sinto um tremor ao pensar se fizeram algo comigo enquanto eu estava inconsciente. Um sussurro próximo fez-me estremecer, e percebi que não estava sozinha: — Shhhhh... — a voz feminina sussurrou, como se temesse ser ouvida. Tentei focar minha visão, distinguir detalhes no escuro. A mulher parecia cautelosa, como se estivesse a beira de uma decisão crucial.— Escute bem, eu não tenho muito tempo. — ela continuou. Seus termos eram enigmáticos, lançando-me em um emaranhado de informações confusas. — O cerco está se fechando, e temos q
Último capítulo