— O que acha, senhorita Bellanti?
O tom de Peter foi um pouco menos rígido do que antes, o que fez Lucretia sentir que estava tendo alguma vantagem, ali. Peter não parecia uma pessoa ruim. Por que estava naquela vida?
Ela sentou-se, sem reclamar, e deixou que Peter a amarrasse novamente.
— Não vou fugir. Mal consigo andar. Poderia não apertar muito? Meus pulsos doem.
Peter olhou para as marcas vermelhas na pele alva de Lucretia e sentiu um peso na consciência, já que era ele quem vinha amarrando-a.
Ele deixou um pouco mais frouxo o nó. Como ela mesma tinha dito, estava fraca. Para onde correria? Como?
— Desculpe se estou sendo intrometida, mas… por que faz isso?
Peter, que estava apoiado em um joelho no chão, levantou o rosto e encarou os olhos claros de Lucretia.
— A que se refere?
— Isso. O que está fazendo comigo. — Lucretia respondeu. — Por quê? Problemas em casa?
Peter apertou os lábios.
— É — ele falou —, está sendo intrometida.
Com isso, Peter levantou-se e saiu do quart