— Milho com queijo gratinado. — Disse Isabela, pegando um pratinho para ele. — Pode colocar os grãos aqui.Jorge respondeu com um leve "ok".A torneira continuava aberta, e a água que caía na pia respingava na roupa de Isabela.Jorge largou o milho que estava descascando, pegou o avental pendurado ao lado da geladeira e foi até ela. Passou os braços pela cintura dela e amarrou o avental com cuidado.Isabela recuou um pouco para facilitar.— Obrigada.Jorge parou por um segundo.Depois, ajeitou a barra do avental dela.— Não precisa agradecer. Nada de cerimônia comigo.Isabela já estava acostumada a tratar ele com uma educação polida.O som constante da água preenchia o ambiente da cozinha.Isabela lavou o mini abóbora cabotiá e a batata-doce, cortou tudo e colocou na panela de vapor. Lavou os grãos de milho já soltos e adicionou duas fatias de queijo por cima, para cozinhar tudo junto.— Hoje à noite vamos comer umas coisinhas mais naturais. Não fiz arroz. — Falou ela, enquanto lavava
Jorge a olhou nos olhos, profundamente.— Tá bom.— Então eu vou indo.Ela se virou e saiu caminhando.Depois de sair da garagem, foi em direção ao prédio onde morava.Pegou o elevador até seu andar.Assim que as portas se abriram, deu de cara com Viviane agachada na porta de seu apartamento.Isabela franziu a testa, confusa.— Ué, você não tinha ido conversar com seus pais? Convencer eles a te dar um irmãozinho ou irmãzinha? Que que está fazendo aqui na porta da minha casa?Viviane respondeu num fio de voz:— Abra a porta primeiro, vai.Isabela destrancou e empurrou a porta.— Você e o Jorge estão juntos? — Viviane foi direta.O gesto de Isabela ao fechar a porta deu uma leve pausa.— De onde você tirou essa ideia? — Perguntou ela.Viviane se jogou no sofá, desabando:— Quem está apaixonado exala um cheiro enjoativo de romance.Isabela não respondeu. Não confirmou nem negou.— Preciso de um favor. — Viviane foi ao ponto. — Não consegui convencer meus pais. Eles estão me forçando a ir
O homem ficou surpreso por um momento, e depois sorriu.— Que interessante.A resposta de Isabela foi totalmente inesperada.— De fato, você é da área de Direito, conhece bem as leis. Mesmo sem atuar na área, ainda lembra de tudo, não é?— Você não é o tipo que eu gosto. — Isabela foi direta.O homem ficou surpreso novamente, não esperava que ela fosse tão direta.— Eu tenho uma boa impressão de você. — O homem sorriu, sem parecer irritado com a sinceridade de Isabela.Sua expressão permaneceu calma e gentil.Isabela disse:— Sério? Mas, desculpe, eu não sinto nada por você e sou contra esse tipo de encontro arranjado. Se não fosse por pressão dos meus pais, eu não estaria aqui. Acho que você também está só fazendo isso para agradar sua família, então, não precisamos perder tempo.— Embora eu também tenha sido pressionado pela minha família, depois de conhecê-la, fico feliz por ter aceitado esse encontro.Isabela ficou sem palavras.O que ele queria dizer com aquilo?O homem fez um con
— Na minha opinião, acho que a Milena não vai te deixar tão fácil assim. — Gabriel comentou, tentando adivinhar.Isabela viu os dois e, sem querer qualquer tipo de contato, foi direto em direção ao carro.Mesmo assim, Sandro a viu.Ele parou.Gabriel continuava de cabeça baixa, falando:— Você disse que ela se jogou contra a parede na sua frente... Para mim, ela foi de propósito. Queria te deixar com pena dela, né? Sandro, sinceramente, esse tipo de mulher... Melhor manter distância. Pensa bem, ela armou para a Isabela naquela época, com certeza queria subir na vida e tomar o lugar dela. Ela inventou aquele plano todo e enganou todo mundo. Olha o nível de manipulação dela. Comparada a ela, a Srta. Clara da família Neves parece até fofa. Tá, ela tem aquele jeitinho mimado de rica, mas na sua frente, ela fica toda meiga. Se fosse para escolher entre as duas, acho que a Srta. Clara é a melhor opção.Gabriel tagarelou um monte, mas Sandro não ouviu sequer uma palavra.— Sandro... — Gabriel
— Sandro, eu te amo. — Milena se deitou suavemente no peito de Sandro, acariciando seu corpo com desejo, sentindo seu cheiro.Naquele momento, ele pertencia apenas a ela.— Só eu sou digna de ser sua esposa, sabia? — Os olhos dela estavam cheios de loucura. — Sua noiva, sua ex-esposa, nenhuma delas é boa o suficiente para você. Elas não te amam de verdade, só eu te amo de verdade e com todo meu coração.O rosto dela roçou no peito de Sandro.— Eu queria tanto que o tempo parasse nesse momento. Você e eu ficamos só assim, quietos, abraçados, sem ninguém para nos interromper ou nos impedir.Sandro havia bebido demais, seu estômago já estava mal e ainda tinha o peso dela no peito, não conseguia respirar direito, e seu estômago estava se revirando de náusea...— Ugh... — De repente, Sandro virou de lado e vomitou com força.O chão ficou sujo.Milena tapou o nariz, enojada, e reclamou:— Por que beber tanto?A casa estava cheia de um cheiro de fermentação, muito desagradável.Milena estava
Milena ficou tão irritada que seu rosto se contorceu!Ela estava tão furiosa que queria rasgar e devorar aquela maldita empregada!Naquele momento, ela estava encurralada. Se não pagasse o dinheiro, ficaria ainda mais humilhada. Além disso, aquela empregada precisava ser dispensada.Senão, com aquela boca, quem saberia o que ela poderia falar na frente de Sandro?— Eu vou te transferir. — Milena teve que morder os dentes e passar o dinheiro.Já não estava bem de grana, e com aqueles seis mil reais a menos, ficava ainda mais apertada.A empregada pegou o celular, procurou o código de pagamento e entregou para ela.Milena fez a transferência e a avisou:— Não apareça mais por aqui!— Está com medo que eu conte quem você realmente é? — A empregada guardou o celular e zombou.Milena ficou roxa de ódio, o rosto alternando entre vermelho e pálido.Ela estava furiosa.— Tenho muita coisa para fazer. — A empregada disse.Depois que a empregada saiu, Milena quase riu de nervoso.Quando foi que
Clara ficou paralisada ao ouvir a voz de Milena.Como assim... Era uma mulher?Será que tinha ouvido errado?— Quem... Quem é você? — Perguntou ela, insegura.Milena desenhava círculos no cobertor com o dedo, enquanto um sorriso cruel se formava no canto dos seus lábios.— A gente se viu na sua festa de noivado. Ah, não... Eu vi você. Você só me viu naquele telão enorme.— É você! — Clara finalmente percebeu quem era, e seu rosto empalideceu. — Mas... Você estava na prisão?— Eu só cometi um errinho, nada grave. Não foi pena de morte, né? Claro que eu ia sair em algum momento. — Milena lançou um olhar rápido na direção do banheiro, de onde o barulho do chuveiro tinha acabado de cessar.Na mesma hora, ela mudou completamente o tom.— Vou passar o celular para o Sandro.Ela saiu da cama.Clara sentiu que ia surtar.— Ele... Ele está tomando banho? Vocês... O que vocês fizeram?! Sua vadia sem-vergonha!!A porta do banheiro se abriu.Clara rapidamente mudou a expressão, fazendo cara de ass
— Eles confessaram rapidinho, né? — Perguntou Jorge.— Foi, sim. — Respondeu Luan.— Dos três, quem é o chefe? — Jorge continuou.Luan deu um chute no homem do meio.— Esse aqui. Se chama Max Moura.Max logo começou a gritar:— Solte a gente agora! Isso aqui é sequestro... É crime!Luan quase riu da cara do idiota.— E o sequestro que vocês fizeram não era crime?Jorge, atento, logo percebeu algo estranho.— Eles confessaram tão fácil assim que foi a Isabela que mandou?— Foi... Foi ela sim! A Isabela mandou a gente! — Disse Max, todo apressado.Jorge tirou o celular do bolso e mostrou para ele uma foto qualquer de uma mulher que achou na internet.— É essa aqui?Max balançou a cabeça na hora:— É ela! Essa mesma!Luan fez uma cara de total confusão.— Filho da puta... — Ele segurou o rosto do homem com força. Naquele momento ele também tinha percebido que foi enganado.— Então você foi comprado, né?Agora tudo fazia sentido.Estava na cara que eles tinham sido pagos para jogar o nome