Após serem demitidos sem justa causa, os funcionários não receberiam nenhuma compensação financeira, se encontrando numa situação amarga da qual não podiam sequer reclamar. Leonardo se aproximou de Isabela com aquele seu característico sorriso travesso e comentou animadamente:— Isabela, fiquei sabendo que nenhum homem conseguiu escapar daquela armadilha! Todos caíram direitinho.Isabela se manteve em silêncio, observando a empolgação do rapaz com o desfecho daquela situação.— Você não faz ideia de como eu ri quando soube! — Exclamou Leonardo, segurando a barriga enquanto gargalhava. — Isso é muita enrolação, uma história mais maluca que a outra!Não dava para negar que esses advogados realmente sabiam como se divertir com as desgraças alheias.— Todo mundo diz que os advogados são os verdadeiros mestres do bem e do mal, e não é que é verdade mesmo? — Continuou ele, baixando ligeiramente o tom de voz. — Mas ouvi dizer que o Dr. Jorge é ainda mais incrível. Dizem que ele ajuda as pess
Recém-formado na faculdade e já dirigindo um carro luxuoso? A família dele tinha mina de ouro?— Sobe. — Leonardo abriu a porta e empurrou Isabela para dentro do carro com um gesto impaciente.— Vai me levar para dar uma volta? — Indagou Isabela, tentando se acomodar no assento estranho.— Sim. — Respondeu ele, sem dar muita importância.Como se tratava apenas de um passeio, Isabela não viu motivo para recusar e se acomodou no veículo, embora não conseguisse se habituar ao banco tão baixo, sentindo como se estivesse praticamente sentada no chão.Leonardo colocou os óculos escuros com um movimento descontraído e apertou o botão de ignição. O ronco do motor ecoou, poderoso e sedutor, despertando um desejo instantâneo de velocidade. A adrenalina percorreu as veias de ambos como uma corrente elétrica. Talvez fosse por isso que os homens amavam tanto carros esportivos. A emoção pura, a liberdade nas estradas, e aquela inconfundível sensação de domínio sobre o asfalto.Isabela se virou para
Para alguém como Leonardo, vindo de uma família poderosa, um diploma universitário nem sequer era necessário para ingressar naquele prestigiado escritório de advocacia.Na verdade, ele nem estava ali para adquirir experiência profissional de fato, mas apenas para experimentar como era a rotina de um advogado. O que para pessoas comuns representava uma conquista árdua, para ele era algo acessível sem qualquer esforço real. As barreiras de entrada só existiam para quem não fazia parte da elite da sociedade.Isabela deixou escapar um sorriso irônico.Quem disse que não existiam classes sociais bem definidas?Ela se encostou casualmente na lateral do elevador, mas à medida que subiam, um incômodo começou a tomar conta dela. Como o elevador era todo de vidro, quanto mais alto chegavam, mais assustador parecia. A sensação era de estar flutuando no vazio, uma vertigem semelhante à de atravessar uma ponte transparente, porém ainda mais intensa.Um aviso afixado na parede alertava que pessoas
Mesmo com Clara tentando encerrar o assunto, Sandro parecia determinado a não deixar passar. Lançando um olhar rápido para Leonardo, ele manteve os olhos fixos nas costas de Isabela, como se pudesse perfurá-la com o olhar.— Quê foi? Está se escondendo por vergonha ou por medo? — Provocou Sandro, com a voz cheia de ironia.— Sandro. — Clara sussurrou, franzindo a testa sem entender onde ele queria chegar.Isabela nem se deu ao trabalho de responder. Por que ele estava agindo assim? Não deveria fingir que não a tinha visto?Clara mordeu o lábio inferior, os olhos já marejados. Por que Sandro sempre voltava ao mesmo assunto? Será que não conseguia pensar nos sentimentos dela, nem por um instante?Ignorando completamente a provocação de Sandro, Isabela se voltou para Leonardo com impaciência.— Vai abrir a porta ou vai ficar aí parado? — Ah, claro! — Leonardo, após encarar Sandro por um momento tenso, finalmente destrancou a porta.Isabela entrou no espaço de cinema, sem olhar para trás
Clara ergueu o olhar na direção dele com um brilho nos olhos. — Seu cheiro é tão gostoso. — Sussurrou ela, respirando fundo.Sandro franziu a testa, confuso. — Você está maluca ou o quê?Num gesto brincalhão, Clara fechou as mãos em pequenos punhos e bateu de leve no peito dele, fazendo manha. — Eu gosto de você, sabia? Até do jeito que você respira.O elevador soltou um leve apito ao atingir o andar desejado. Sem esperar, Sandro a empurrou suavemente para o lado e saiu primeiro, deixando Clara para trás. Irritada, ela bateu o pé no chão, mas ao olhar para baixo e perceber a altura vertiginosa, seu rosto empalideceu instantaneamente. Com o coração disparado, saiu rapidamente do elevador. O medo de altura era real demais para ela esconder. Eles estavam a mais de oitocentos metros do solo, algo simplesmente surreal.Sandro escolheu uma mesa próxima à janela e, depois de olhar ao redor sem encontrar Isabela, seu semblante se fechou ainda mais. Clara se sentou à sua frente, ignorando
Ao ver o olhar sarcástico e zombeteiro de Isabela, o orgulho de Sandro foi profundamente ferido.— Que tipo de olhar é esse? — Explodiu ele, a voz repleta de raiva, cada palavra saindo como uma bomba prestes a detonar. — O quê? Agora que tem um homem do seu lado, se sente protegida e acha que pode me desprezar? — Num movimento brusco, Sandro agarrou o queixo dela com força. — Isabela, esqueceu como me amava? Como se entregava para mim? E agora vem me olhar assim?Isabela cerrou os punhos e, com um movimento rápido, afastou a mão dele, atingindo justamente o braço machucado de Sandro. Apesar de não estar mais engessado, o braço ainda não havia se recuperado completamente e continuava enfaixado por dentro. Ele tinha tirado o gesso antes do tempo por achá-lo incômodo demais. A dor fez sua testa franzir involuntariamente.Tomada pela fúria, Isabela acertou um tapa forte no rosto dele.— Sandro, você consegue ser ainda mais nojento? — Disparou ela, sentindo a mão formigar pela força do go
Isabela permaneceu em silêncio, fulminando Clara com um olhar tão mortal que, se pudesse, teria acabado com ela naquele exato momento. Com uma sobrancelha arqueada, Isabela considerou toda aquela situação extremamente ridícula. Afinal, fazer tanto alvoroço por causa de um homem que não valia nada? E o pior, atacar outra mulher por isso?— Saia da minha frente. — Disparou Isabela com uma voz tão gélida quanto seu olhar.Com os punhos cerrados e o rosto contorcido de raiva, Clara retrucou:— Isabela, eu não vou te perdoar por isso!— Srta. Clara, que temperamento forte você tem. — Interveio Leonardo, se aproximando e a forçando a dar um passo para o lado.Clara franziu a testa, indignada com a intromissão.— O que isso tem a ver com você? Não se meta onde não foi chamado!— E com você tem? — Leonardo soltou uma risada debochada. — Olha só quem fala. Você também está se intrometendo onde ninguém te chamou.— Ela está se agarrando ao meu homem sem vergonha nenhuma. É claro que isso tem a
Isabela deu um sorriso ao pensar que seria maravilhoso se aquelas pessoas simplesmente sumissem de sua vida para sempre. Afinal, "o que os olhos não veem, o coração não sente".— Experimenta isso, Isabela. É uma delícia. — Sugeriu Leonardo, colocando um pedaço de foie gras com trufas negras no prato dela.— Obrigada. — Respondeu Isabela com um sorriso sincero.Leonardo apoiou o queixo na mão e, com olhar curioso, perguntou: — Você se divorciou do seu ex-marido por causa da Clara?O sorriso de Isabela foi desaparecendo gradualmente de seu rosto.— É só curiosidade mesmo. — Explicou ele, piscando descontraído.Isabela deixou escapar um suspiro profundo. — Não.— Ah... Eu achava que a Clara tinha sido o pivô da separação. — Comentou Leonardo, parecendo um tanto desapontado, pois para ele fazia sentido que Clara tivesse provocado algo assim.— Então por que vocês se divorciaram? — Ele insistiu, sem disfarçar seu interesse.Isabela encarou o rosto curioso de Leonardo e sorriu sem jeito, s