Imóvel, Sandro encarava o carro que se distanciava no horizonte. As palavras de Maria ecoaram em seus pensamentos como um eco persistente.
Não havia como negar. Foi ele quem havia pedido o divórcio. Ele mesmo assinou toda a documentação. Teoricamente, deveria estar em paz com sua decisão. Então, por que esse arrependimento o consumia agora?
Por que razão sua existência parecia tão desprovida de sentido sem a presença dela?
Aquela comida que um dia o entediou... Por qual motivo agora lhe provocava tanta saudade? A monotonia cotidiana que antes o sufocava... Como podia sentir falta disso agora? O lar que anteriormente lhe proporcionava tranquilidade... Por que subitamente se transformava no último lugar onde desejava estar?
— Olha só quem está aqui de novo! Mal saiu e já voltou ao mesmo lugar. Virou costume ser pego com a mão na massa, é? — Exclamou um policial ao desembarcar da viatura, arrastando pelo braço um pequeno gatuno.
Sandro observou a cena, pensativo.
Velhos hábitos eram difíc