Clara parou e olhou para trás:
— Você está me pedindo isso agora?
Joaquim cerrou os dentes:
— Se pode dizer que sim.
Clara, satisfeita, balançou a cabeça.
— Já que você está tão lamentável, vou ter pena de você.
Joaquim ficou sem palavras. Por que aquela frase soava tão desconfortável?
— Somos iguais, mas você não tem um pingo de compaixão por mim? Você parece tão bonita, mas seu coração é duro como pedra.
Clara deu uma risada fria:
— Você não percebe nem quando alguém está sendo bom com você.
Joaquim ficou irritado:
— Clara, você está passando dos limites.
Ele estava sendo paciente por causa das ordens dos pais, mas Clara dizer aquilo era demais.
— Clara, o que vocês estão fazendo aí?
Cecília, que não os viu na sala de estar, saiu para os procurar e os encontrou do lado de fora.
O olhar dela passou por Joaquim e se fixou em Clara, alternando entre os dois.
— Vocês brigaram? — Ela perguntou, tentando entender.
Clara, de propósito, não respondeu.
Joaquim disse:
— Não...
— Deve ter sido