Lucas Donovan é um CEO arrogante, implacável e adepto de mulheres que seguem o "padrão de perfeição" em que acredita. Para ele, beleza está em corpos esbeltos e rostos impecáveis. Claire Martin, sua secretária eficiente e discreta, não se encaixa nesses padrões. Com curvas generosas e um estilo simples, ela passa despercebida aos olhos do chefe — ou assim pensava. Secretamente apaixonada por Lucas, Claire se magoa ao ouvir, acidentalmente, seu desprezo por mulheres como ela. Em uma noite de impulso, decide dançar em uma boate onde pode se libertar e esquecer o homem que nunca a enxergaria como algo além de uma subordinada. Mas o destino adora ironias: Lucas se encanta pela dançarina misteriosa no palco, atraído por sua sensualidade e confiança, sem imaginar que é a própria Claire por trás daquela máscara de sedução. Agora, dividido entre a atração por uma mulher que ele não conhece e a inesperada atenção que começa a dar à sua secretária, Lucas se vê preso em um jogo de desejo e descoberta. Entre segredos, encontros furtivos e uma obsessão crescente, Lucas e Claire estão prestes a descobrir que nem sempre as aparências revelam quem somos. E talvez, o amor que ambos tentaram ignorar seja mais intenso do que jamais imaginariam.
Leer más**Capítulo 1**
CLAIRE
O escritório da Donovan & Co. sempre foi um lugar que me intimidava, mas também me fascinava. As paredes de vidro, que se estendiam do chão ao teto, davam ao ambiente uma sensação de imensidão, como se o mundo lá fora fosse pequeno demais diante da grandiosidade daquele espaço. Tudo naquele escritório parecia pensado para exalar poder: o design moderno, o mobiliário minimalista, até o som dos passos sobre o piso polido, como uma música de sucesso tocando sem parar. Era o tipo de lugar onde as pessoas não eram apenas bem-sucedidas — elas eram imponentes.
Eu nunca imaginei que algum dia faria parte daquele universo. Como alguém tão comum, sem qualquer traço de grandeza, teria alguma chance de entrar naquele círculo? Mas eu batalhei muito para chegar ali. Passei noites em claro estudando, lidando com frustrações e momentos de dúvida. Tudo para conquistar a chance de trabalhar ao lado de Lucas Donovan. E, no fundo, eu sabia que era ele quem mais me motivava. A oportunidade de trabalhar com alguém tão brilhante, tão… poderoso, era uma chance única. Mas, mal sabia eu, que, ao conquistar o meu lugar naquele escritório, também estaria me entregando sem querer a uma paixão avassaladora e proibida.
Desde o momento em que comecei a trabalhar como sua secretária, algo em mim mudou. Eu não conseguia mais ser a mesma pessoa. Lucas parecia dominar cada aspecto do meu mundo, embora nunca soubesse disso. Cada vez que ele passava pela minha mesa, algo no meu peito acelerava. E era impossível ignorá-lo. Ele não era apenas um chefe exigente, mas um homem cuja presença invadia todos os cantos do escritório. Seu modo de andar, sua postura rígida e confiante, a maneira como sua voz, profunda e quase arrogante, moldava cada conversa — tudo nele exalava uma energia irresistível, e, de alguma forma, eu me via consumida por ela.
Eu me pegava observando-o, quase sem perceber, enquanto ele discutia com os outros sócios, ou durante aquelas reuniões intermináveis em que sua autoridade parecia definir o ritmo de tudo ao seu redor. Lucas Donovan não tinha apenas poder sobre a empresa. Ele tinha poder sobre o ar que respirávamos. Seu olhar penetrante fazia qualquer um se calar, e sua confiança inabalável o tornava ainda mais atraente. Eu sabia que, no fundo, ele jamais veria alguém como eu — uma simples secretária, alguém que ele mal notava, uma sombra no canto de seu império de vidro e aço.
Mas, mesmo sabendo disso, eu me vi perdendo o controle. Era uma atração que ia além da simples admiração. Cada palavra que ele dizia parecia reverberar dentro de mim, como se tivesse o poder de mexer com algo muito profundo. E eu me via cada vez mais submissa à sua presença. Sua indiferença era quase magnética — quanto mais ele parecia distante, mais eu me aproximava emocionalmente, tentando decifrar cada gesto seu, cada olhar fugaz que me atravessava.
E então, houve aquele dia. Aquele momento que mudou tudo.
Eu estava sentada à minha mesa, digitando alguns documentos, tentando me manter o mais distante possível de tudo o que acontecia ao meu redor, quando a conversa entre Lucas e um dos sócios começou. As palavras que ele dizia me atingiram como um golpe frio, quase como uma lâmina cortando minha carne. Ele estava falando sobre mulheres, e, de repente, aquelas palavras começaram a invadir minha mente, tomar o controle de tudo.
— Não tenho paciência para mulher que não se cuida. Mulheres bonitas são aquelas que sabem manter o peso. As outras… bem, nem deveriam tentar.
As palavras de Lucas ressoaram em minha cabeça como um eco distante, mas agudo, como se ele estivesse falando diretamente para mim. Eu congelei. O rosto aqueceu com a vergonha, e um nó se formou na minha garganta. Era claro que ele não estava falando sobre mim. Eu não era o tipo de mulher que ele notava, não era o tipo que ele desejava. Eu, com minhas inseguranças, com meu corpo longe dos padrões de perfeição que ele tanto valorizava. Eu era invisível para ele. Sempre soubera disso, mas ouvir aquelas palavras, ditas com tanta certeza, me fez sentir algo que eu não sabia como definir. Uma dor crua, uma humilhação profunda.
Por que isso me afetava tanto? Sempre soubera que ele nunca me olharia como algo mais do que uma simples funcionária. Mas, ao ouvir sua opinião sobre o tipo de mulher que ele considerava bonita, algo dentro de mim se quebrou. Eu me senti ridícula. Todas aquelas horas em que, secretamente, me pegava admirando-o, desejando estar em seus braços, foram sumariamente desvalorizadas por aquelas palavras. Era como se, naquele instante, todos os sentimentos que eu guardava em segredo tivessem sido jogados no lixo.
Mas o que mais doía não era apenas o que ele pensava. Era o fato de que eu me importava. Eu me importava com sua opinião, com o modo como ele me via, como se toda a minha autoimagem dependesse do que ele pensava de mim. Eu me senti pequena, menos do que nada.
Eu tentei ignorar as palavras, disfarçar o impacto que elas causaram, mas não consegui. Quando o expediente terminou, o peso daquelas palavras ainda estava sobre mim. Quase como uma marca que não podia ser apagada. Eu queria desaparecer, fugir de tudo aquilo. Mas, então, uma ideia inesperada surgiu, como um grito desesperado dentro de mim. Eu não queria ser a Claire que se escondia atrás de seus sentimentos não correspondidos. Eu queria ser outra pessoa, uma mulher que não se importava com padrões ou com o que Lucas pensava sobre mim.
E foi aí que decidi fazer algo totalmente diferente. Algo que nunca imaginei que teria coragem. Eu ia sair. Eu ia dançar.
Sempre que dançava, eu me sentia livre. Era como se o corpo tomasse conta da minha mente, deixando para trás toda a insegurança e a dor. Na pista de dança, eu poderia ser quem eu quisesse ser, sem julgamentos, sem medo. Não precisava ser a Claire que se escondia atrás de seus sentimentos não correspondidos. Eu seria outra, mais forte, mais confiante.
Coloquei o top preto que abraçava minhas curvas e a saia justa, e, ao me olhar no espelho, pela primeira vez, vi uma mulher diferente. Eu não era mais uma secretária invisível. Eu era eu, e isso era tudo o que eu precisava para me sentir completa. Apliquei o batom vermelho com uma sensação de empoderamento que há muito não sentia, como se cada movimento, cada gesto, estivesse me moldando para uma versão melhor de mim mesma. Eu não me importava mais com o que Lucas pensava. Eu não precisava da aprovação dele. Eu precisava de mim mesma.
Quando desci as escadas, o coração batia forte, e a adrenalina me consumia. O caminho até a boate parecia curto, mas, ao mesmo tempo, cada passo que dava me afastava da Claire tímida, insegura e apaixonada, e me aproximava da mulher que eu queria ser. Eu não sabia o que o futuro me reservava, mas aquela noite, pelo menos, seria minha.
ClaireA primavera em Milão nunca foi tão bonita. O ar fresco trazia consigo o perfume das flores recém-desabrochadas, e o céu parecia mais azul do que nunca. Estava parada no jardim da nossa nova casa, observando Gabriel correr atrás de uma borboleta, sua risada ecoando como música pelos corredores do tempo.Lucas estava sentado na escadaria, com um sorriso tranquilo no rosto. Ele parecia em paz, um homem finalmente liberto do peso que carregara por tanto tempo. Quando nossos olhares se encontraram, ele estendeu a mão, convidando-me a me juntar a ele.Caminhei até ele, sentando ao seu lado. Ele entrelaçou seus dedos nos meus, segurando minha mão com a mesma intensidade de sempre.— Olhe para ele, Claire. — Lucas apontou para Gabriel. — Ele é o futuro que eu nunca imaginei que teria.Sorri, encostando minha cabeça em seu ombro. — E nós somos a prova de que até as histórias mais improváveis podem ter finais felizes.Lucas riu baixo, aquele som rouco e caloroso que eu tanto amava. — Voc
ClaireO silêncio da mansão era quase ensurdecedor naquela manhã. Gabriel estava na sala de brinquedos com uma das babás, sua risada infantil ecoando ocasionalmente pelos corredores. Eu me encontrava na cozinha, girando distraidamente a colher na xícara de chá que havia preparado, mas não tinha tocado.A noite anterior havia sido um turbilhão de emoções. Lucas e eu ficamos acordados até tarde, discutindo as opções que tínhamos para lidar com Marco. Ele queria confrontá-lo de uma vez por todas, mas o medo do que isso poderia significar para nossa família apertava meu coração.— Bom dia. — A voz profunda de Lucas me arrancou de meus pensamentos.Ele entrou na cozinha, já vestido com uma camisa azul bem ajustada e calça social. A gravidade em seu rosto mostrava que ele tinha muito mais do que "bom dia" em mente.— Dormiu bem? — perguntei, tentando disfarçar minha ansiedade.Ele se inclinou para me beijar na testa antes de sentar à mesa. — Tanto quanto podia, considerando tudo.Eu me sent
ClaireA manhã raiou suave, preenchendo o quarto com uma luz dourada que parecia refletir a esperança recém-descoberta entre nós. Eu acordei envolvida nos braços de Lucas, sentindo a segurança e o calor que tanto desejei nos últimos meses. Ele ainda dormia, a respiração lenta e ritmada, e, por um momento, fiquei ali, admirando-o.Era difícil acreditar que, semanas atrás, estávamos em um abismo de incertezas. Agora, o caminho à frente parecia mais claro, mesmo que ainda houvesse desafios a enfrentar.Um barulho vindo do corredor me tirou dos meus pensamentos. Gabriel, nosso pequeno tornado, estava acordado e, pelo som de seus passos, com energia suficiente para uma manhã inteira. Eu me levantei devagar, cobrindo Lucas com o lençol e deixando um beijo em sua testa antes de sair do quarto.— Mamãe! — Gabriel exclamou assim que me viu, seus braços pequenos se estendendo em minha direção.— Bom dia, meu amor. — Eu o peguei no colo, sentindo seu calor contra o meu. — Dormiu bem?Ele assenti
ClaireA noite caiu sobre a mansão, trazendo consigo um silêncio acolhedor. O jantar foi tranquilo, uma mistura de risadas suaves e olhares que falavam mais do que palavras. Gabriel já dormia, o ritmo leve de sua respiração ecoando pelo monitor no quarto ao lado. Eu estava sentada no sofá da sala, uma taça de vinho na mão, quando ouvi os passos de Lucas atrás de mim.— Você parece perdida em pensamentos, — ele disse, sentando-se ao meu lado.Eu sorri, virando-me para encará-lo. — Apenas apreciando o momento. Esses últimos dias têm sido... diferentes.— Diferentes como? — Ele arqueou uma sobrancelha, uma expressão curiosa.— Como se estivéssemos começando de novo. Como se, mesmo com tudo o que aconteceu, ainda houvesse uma chance para nós.Lucas não respondeu de imediato. Em vez disso, pegou minha mão, seus dedos traçando círculos suaves na minha pele. Era um gesto pequeno, mas cheio de significado. Ele estava presente, no momento, comigo.— Claire, — ele começou, sua voz baixa. — Quer
LucasOs dias eram mais claros agora. Não completamente livres de sombras, mas havia um brilho constante que me guiava. As memórias continuavam voltando, lentamente, como uma maré tímida que avançava, um pouco mais a cada dia. Eu ainda não era o Lucas que Claire conhecia, mas sentia que estava me tornando alguém que ela poderia amar de novo — ou talvez nunca tivesse parado de amar.Gabriel estava no jardim, brincando com seus carrinhos. Claire e eu o observávamos da varanda, compartilhando uma xícara de café. Era um momento simples, mas profundamente significativo.— Ele se parece muito com você, — Claire disse, sorrindo.— É mesmo? — perguntei, ainda surpreso por aprender coisas sobre meu próprio filho.— Teimoso, corajoso e... às vezes, um pouco dramático.Nós dois rimos. Era a primeira vez em semanas que um momento como esse parecia genuinamente leve, sem o peso da incerteza pairando sobre nós.— Claire, — comecei, hesitante. — Eu sei que ainda falta muito para eu ser o homem que v
LucasOs dias que se seguiram foram marcados por pequenas fagulhas de lembrança. Era como andar em um corredor escuro e, de repente, uma lâmpada se acendia, iluminando um pedaço do caminho. Ainda era frustrante, mas havia progresso. Claire nunca deixava de me lembrar que, mesmo lento, todo avanço era importante.Gabriel continuava sendo meu guia mais fiel. Sua energia e pureza criavam uma conexão que, embora não fosse totalmente baseada em memórias, era visceral. Ele sempre me puxava para suas brincadeiras, como se soubesse que, ao nos divertirmos juntos, os pedaços do quebra-cabeça voltariam ao lugar.Naquela tarde, enquanto estávamos no jardim, algo aconteceu. Gabriel segurava um avião de brinquedo e pediu que eu o ajudasse a lançá-lo.— Papai, joga forte! Quero que ele voe bem alto!Papai. A palavra ainda ecoava como algo distante, mas ao mesmo tempo familiar. Peguei o avião e o arremessei com força. Ele subiu alto, dançando no ar antes de cair. Gabriel correu atrás dele, rindo.De
Último capítulo