Mundo ficciónIniciar sesiónMason Carter
Uma morena de olhos castanhos-claros. Seus cabelos negros com algumas ondulações iam até um pouco acima da cintura. Os lábios carnudos chamativos. O corpo... Que corpo! Mesmo estando sentada, dava para perceber suas curvas avantajadas. Um arrepio percorreu meu corpo e senti meu pau se animar um pouco. Precisava me controlar, porque estava acompanhado.
Passei a língua nos lábios e continuei andando. Ao virar-me, sorri de lado, sem mostrar os dentes. Aproveitamos bem o tempo, mas por alguma razão, eu não conseguia parar de encarar aquela mulher. Isso já estava passando dos limites, porque, em razão disto, comecei a perder o interesse pela Julia. Justo naquela noite que eu precisava extravasar… — Então, o que iremos beber? — Julia me tirou do transe, enquanto segurava o menu com as opções de bebidas e alguns petiscos. — É... — lhe respondi meio desconcertado. — Algum problema? — ela franziu o cenho. — Nenhum. — falei friamente, sem olhar para ela. Até que Julia percebeu para onde eu estava olhando e seguiu meu olhar. — Sério, Mason? Aquela garota? — disse com certo desdém. — Eu sou muito melhor e mais interessante. — ela se inclinou e beijou meu pescoço, subindo para minha orelha. Mas eu não deixei que ela fosse longe. — Tive uma ideia, podemos pular o jantar e ir direto para a sobremesa… — Sabe de uma? Vai pra casa, Julia. Nos vemos outro dia. Ela me olhou com incredulidade. — Você deve estar brincando… — Não estou. Quando percebeu que eu falava sério, levantou e saiu batendo os pés como uma adolescente e eu finalmente pude ir à caça. (...) Eu não sei que horas são, nem me importo. Meu corpo está leve, pesado de uma forma gostosa, e a última coisa que lembro é do cheiro de morangos misturado a uma excitação selvagem. Abro os olhos lentamente e sinto o sol da manhã invadindo o penthouse. Faz meses, talvez anos, que eu não durmo assim. Sem a porra dos pesadelos, sem a urgência de tomar o calmante prescrito pela minha terapeuta. Eu durmo como um bloco de pedra. E a razão está deitada ao meu lado. Viro-me na cama, sentindo o lençol macio roçar na pele. Estendo o braço, procurando o corpo quente da morena de olhos castanhos-claros, a mulher que me fez dispensar Julia e me levou ao limite. O nome dela... Sophie. Um sorriso idiota surge nos meus lábios. Eu tinha que tê-la, e consegui. A noite foi pura adrenalina, uma explosão que me consumiu e, surpreendentemente, me deu paz. Mas meu braço encontra apenas o vazio. O sorriso some. Abro os olhos por completo e encaro o lado da cama. Está arrumado. Não há amassados nos travesseiros, não há sinais de que alguém esteve ali, exceto pelo leve vinco onde ela estava deitada. — Sophie? — chamo, a voz rouca pelo sono. Levanto, sentindo o peso da decepção. Ela se foi. Vou até a sala, a cozinha, o closet. Nada. Não há sequer um bilhete. A mulher que me deu a melhor noite de sono em anos, desapareceu. Como um fantasma que só existiu para me foder e me acalmar. A raiva me atinge com a mesma força do desejo da noite anterior. — Mas que porra! — soco a parede da sala. Essa atitude dela só serve para acender o fogo da minha obsessão. Ela é um desafio, e eu não perco desafios. (...) Estou a caminho do aeroporto, quando recebo uma ligação da Harper. Aperto o botão do tablet que fica conectado ao meu celular no carro, no suporte do painel, atendendo. — Sim. — Bom dia, senhor Carter. Irá demorar para chegar? — Um pouco, tenho que buscar meu amigo no aeroporto. Algum problema? — Ouço-a pigarrear. — Perdoe-me, senhor... Mas devido à agonia desses dias, acabei esquecendo de pedir sua assinatura nos documentos que precisam ser enviados ainda hoje aos seus sócios. — Droga! — murmuro bem baixinho para que ela não ouça e soco o volante. Não é culpa dela a empresa estar uma bagunça nesses últimos três meses. — Me desculpa mesmo, senhor. Só lembrei agora cedo, graças à Manuela. — se refere à nossa recepcionista. Percebo o quanto a Harper está sem graça. — Tudo bem, Harper. Não é culpa sua. Estou a caminho da empresa, não se preocupe. — Sem lhe dar tempo para responder, encerro a chamada e faço uma manobra rápida, mudando meu destino. Max vai me matar se eu me atrasar e deixá-lo esperando, mas não tive escolha. Se eu não fizesse isso, seria apenas mais uma razão para o falatório do meu pai. E, definitivamente, não estou com cabeça para isso. Em questão de minutos, chego à empresa. Por sorte, não estava longe. Estaciono o carro de qualquer jeito, pois não pretendo demorar e, enquanto adentro o prédio, envio uma mensagem ao Max, informando a razão do meu atraso. Ele vai ficar puto. Sigo para o elevador privativo, mas hesito ao passar pelo corredor principal. Por alguma razão, meu instinto me puxa para a porta de vidro da sala de Recursos Humanos, onde Harper está conduzindo o processo. Eu não devia fazer isso. Eu deveria confiar em Harper e me concentrar no que tinha que fazer. Mas o impulso é mais forte. Olho pela porta de vidro, varrendo a sala de espera lotada de mulheres de terninhos e currículos na mão. Meu olhar congela. Sinto o ar sair dos meus pulmões. O sangue esfria e ferve ao mesmo tempo. Eu a vejo. O cabelo escuro, o lábio carnudo, os olhos castanhos-claros arregalados em choque. Ela está vestida com uma roupa social que deve ter tirado do fundo do armário, visivelmente nervosa, mas inconfundível. Sophie Bailey. A mulher que fugiu da minha cama. A mulher está aqui. Fodeu! Ela é uma das candidatas à vaga de secretária!






