Ela não possuía uma palavra supérflua.
Rafael olhou profundamente para ela, com os lábios finos fortemente cerrados, parecendo hesitar por diversas vezes, mas ainda assim optou por falar:
- É diferente entre dirigir no país e no exterior, também é difícil enxergar à noite, talvez ela não tenha te visto...
Sarah compreendia que a "ela" a quem ele se referia era Isabelly.
Lançou a xícara de café na mesa, se ergueu, incapaz de conter a ira em seu peito, e falou diretamente:
- Você deveria saber que foi ela quem me causou um aborto, certo? O bebê que perdi também era seu, deveria perdoá-la?
Rafael apresentava uma expressão tensa e rígida, com olhos profundos e repletos de complexidade.
Ele fez uma pausa por um instante, suportando a dor em seu peito, amaciou sua voz, mas ainda assim soava fria e dura, sua voz ficava levemente áspera e pesada:
- Ainda teremos filhos, Sarah, eu vou mandá-la embora...
Nos dias de sua ausência, ele experimentou pela primeira vez o sabor da impotência.
Havi