Theo
Assim que a vi, o sangue pareceu me esquentar de um jeito estranho. Não de desejo, como ela provavelmente esperava. Mas de raiva. Raiva por ela estar ali. Raiva por alguém ter tido a ideia imbecil de convidá-la. Raiva por eu ter trazido a Clara para aquele cenário ridículo.
Lorena veio até nós como um predador que avista a presa. O sorriso no rosto dela era o mesmo de sempre: seguro, calculado, venenoso.
Merda.
Minha mão encontrou a de Clara antes que eu percebesse, apertando os dedos dela com mais força do que devia. Ela olhou pra mim, os olhos verdes cheios de perguntas que eu não queria responder.
— Theo... que surpresa. — A voz dela arrastou meu nome como quem saboreia uma vitória.
— Lorena. — Respondi seco.
Ela ignorou minha frieza e pousou os olhos em Clara. De cima a baixo. Eu senti o corpo da Clara enrijecer ao meu lado.
— E essa é a novidade? — O sorriso dela esticou. — Adorável. Tão... autêntica.
Clara ficou rígida do meu lado. Eu senti os músculos do braço dela tension