Júlia
As horas se avançam, mas eu não consigo mais dormir. A chuva finalmente parou e o céu já apresenta alguns raios claros, avisando que o dia logo chegará. Olho para a saída do cômodo. Para a porta de madeira que nos separa e me sinto tentada a ir até lá saber se ele está bem.
Respiro fundo.
— Não é da sua conta, Júlia — digo para mim mesma, já que ele deixou bem claro que me quer distante. Lembrar dos seus sons volta a me inquietar e eu dou alguns passos apressados na direção da porta fechada, parando bruscamente a centímetros dela. — Não é da sua conta! — repito mais firme agora e me forço a voltar para a cama.
***
Na manhã seguinte…
— Bom dia, Senhorita Ricci!
— Bom dia, Lucy! E o Senhor Bennet? — Procuro saber.
— Ah, ele já saiu, Senhorita. — Arqueio as sobrancelhas. — Parece que tem alguns negócios para pôr em dia. — Lucy justifica o seu chefe.
Ele está fugindo de mim. Penso. Provavelmente ele não quer me encarar depois do que houve na noite passada. E parece inacreditável, ma