Bennett
Eu já senti muito medo na vida. Medo de errar, de nunca amar, de ser rejeitado. Me lembro do dia que vi o meu pai sair de casa segurando a sua mala na mão. Naquele dia, senti que nunca mais o veria, que ele não me queria mais e as torturas de minha mãe me davam a certeza disso a cada minuto do meu fatídico dia. Mas nada disso se compara ao que senti quando escutei a Júlia chorar com desespero através do meu telefone. Aquilo roubou o meu chão, arrancou a minha estabilidade e senti que seria destruído pela segunda vez.
— Não se preocupe, Senhor Bennett. A Júlia vai dormir profundamente por algumas horas. — Doutora Nora nossa obstetra avisa antes de sair do apartamento do hospital. — Aproveite para descansar um pouco.
Apenas meneio a cabeça em concordância e quando a porta do quarto se fecha, solto uma respiração profundo, sentindo as minhas emoções se desabarem de uma só vez. Portanto, me aproximo da cama, enquanto a fito tranquila e em um sono profundo. Contudo as marcas das lá