Fecho os olhos, respiro fundo e apenas aceno com a cabeça. Ainda estou fraca demais para confrontá-lo agora. Mas a verdade é que alguma coisa mudou.
O senhor Viktor me entrega a bolsa e apenas aceno em agradecimento, ainda atordoada. Saímos juntos da ala da enfermaria. No elevador, encosto-me à parede fria, tentando reunir os pensamentos. Minha mente gira em círculos, procurando entender quem poderia querer me prejudicar. Ou pior... se livrar de mim. Se Damian não tivesse agido rápido, o desfecho poderia ter sido outro.— Não precisa pensar tanto. Ninguém vai te machucar — diz ele, quebrando o silêncio.— Não foi isso que pareceu. — Respondo num fio de voz, irritada. — É a minha vida que está em jogo. E justo hoje, quando tudo parece dar errado desde que abri os olhos.Ele não responde. Apenas me observa com o canto dos olhos, o maxilar tenso. O silêncio entre nós pesa, desconfortável.No carro, o trajeto se desenrola entre ruas conhecidas e pensamentos barulhen