Até que, certa manhã, encontrei a porta do quarto entreaberta. Ela não estava na cama.
Senti o coração acelerar e a procurei pela casa até encontrá-la no jardim. Sentada no mesmo banco de madeira, com os joelhos abraçados contra o peito. Estava descalça, com os cabelos soltos e despenteados pelo vento, olhando para o céu nublado.Sentei-me ao lado dela, sem dizer nada. Fiquei ali, apenas dividindo o espaço.Depois de longos minutos, ouvi sua voz. Fraca. Roubada.- Eu tive um sonho.A olhei com atenção.- Eu estava segurando o bebê... e ele ria pra mim. Ria como se não existisse nada de errado no mundo. E por um segundo... eu acreditei que era real. Mas então acordei. E senti o peso de tudo de novo.Ela virou o rosto na minha direção. Havia lágrimas nos olhos, mas havia algo novo também. Uma tentativa de respiro. De falar.- Eu não sei como seguir em frente, Damian. Mas eu não quero ficar presa nisso pra sempre. Não por mim. Pelo nosso bebê... ele mere