No elevador, o silêncio só amplificou os pensamentos martelando em minha mente. O que ela está sentindo agora? Será que está decepcionada demais para me ouvir? Será que me odeia por tê-la manipulado, mesmo que por amor?
Assim que cheguei à garagem, fui direto ao carro. Liguei o motor e saí, acelerando pelas ruas da cidade, cada quilômetro percorrido me levando de volta para o lugar onde meu coração repousava: ao lado dela.No caminho, parei em uma floricultura. Entrei quase sem falar, como se o olhar dissesse tudo. Escolhi um buquê com flores em tons suaves, delicadas... como ela. Como o momento exigia. Queria que, ao menos, minhas mãos chegassem com um gesto de arrependimento sincero.Voltei ao carro e segui direto para nossa casa.Não iria deixar que ela enfrentasse sozinha os pensamentos que poderiam distorcer tudo o que construímos. Ela precisava de mim. E, mais do que isso, eu precisava dela.As chaves mal giraram na fechadura. O silêncio da casa me atingiu