Lina
Acordei com o barulho suave do vento batendo contra a janela. O relógio marcava pouco mais de cinco da manhã. Suspirei fundo, sentindo o peso da responsabilidade em meus ombros, mas também um fio de esperança se infiltrava no meu peito.
Levantei devagar para não acordar meu bebê, Willy, e fui direto para o banheiro. Tomei um banho rápido para espantar o sono e, depois, preparei um café forte, do jeito que aprendi a gostar nas noites intermináveis em que precisei estar forte. Enquanto tomava o café amargo, meus olhos se perderam na janela embaçada.
Hoje poderia ser o começo de uma nova vida.
Troquei de roupa rapidamente e ajeitei Willy no colo. Ele, ainda sonolento, aninhou-se contra meu peito. Fechei a porta da pequena casa com cuidado e, com meu filho nos braços, caminhei até o ponto de ônibus. O sol nem havia nascido direito, e o ar fresco da manhã parecia prometer algo diferente.
Logo o ônibus chegou, e seguimos viagem. Eu observava cada rua, cada rosto adormecido pelas ja