Rodrigo
A sala fedida estava tomada pelo cheiro metálico de sangue, suor e medo. Um dos homens presos foi jogado na cadeira enferrujada bem no centro. Ele tremia, mas ainda assim mantinha o queixo erguido. Um soldado fiel ao demônio que eu estava caçando. Não por muito tempo.
— Onde está o Diego? — perguntei, a voz baixa, fria como lâmina antes do corte.
Ele apenas cuspiu no chão.
Dei o primeiro soco.
O estalo seco do osso partindo me fez sentir algo estranho… não remorso, mas um alívio grotesco. Como se quebrar aquele homem me aproximasse do meu filho e da Lina.
— Vai me matar de tanto bater, policialzinho de merda? — ele debochou com os lábios rasgados, o sangue escorrendo pelo queixo. — Pode matar, mas eu não falo. Meu chefe é mais cruel que você.
Inclinei o corpo, os olhos nos olhos dele.
— E eu sou o inferno que o seu chefe ainda não conheceu.
Outro soco. E mais um. O som abafado do punho contra carne. O sangue sujava minhas mãos, mas eu não me importava. Estava perdendo