Diego
A festa estava como eu queria. Meus homens rindo, brindando, e as mulheres... provocantes, dançando como se não houvesse amanhã. Um espetáculo montado por mim. Eu era o rei da noite. O centro daquele mundo desajustado e perigoso.
Mas, no fundo, nada daquilo me satisfazia.
Porque minha cabeça — e meu desejo — estavam em outro lugar. Mais exatamente, no quarto lá de cima. Onde aquela mulher estava.
Minha mulher.
A mulher que, há um mês, eu trouxe para a minha casa achando que em poucos dias estaria rendida aos meus pés. Mas ela ainda resistia. E isso estava me deixando louco.
Não sou homem de paciência. Nunca fui. E, sinceramente? Comecei a me perguntar o que diabos estava acontecendo comigo. Ando mole demais. Esperando demais. Essa não é minha natureza. Eu conquisto. Eu tomo. Eu domino.
Talvez seja a idade. Meus quarenta e sete estão me fazendo pensar demais.
Enquanto duas mulheres se aproximavam de mim — uma ajoelhada, a outra se oferecendo com beijos desesperados — minha