O silêncio ainda pairava pela sala após a fala cortante de Sofia. Ela, sentindo o peso dos olhares e do próprio incômodo, se levantou de forma abrupta, ajeitando os cabelos com as mãos, como se tentasse se recompor de algo que ninguém tinha dito... mas que todos haviam sentido.
Pegou o celular de cima da mesa, olhou rapidamente a tela e falou, quase seca:
— Vou até a cidade.
José, ainda sentado, ergueu os olhos surpreso.
— Eu te acompanho. Hoje é domingo, podemos ir juntos...
Sofia não esperou. Cortou a fala dele com rapidez, sem disfarçar a pressa:
— Não, não precisa. Você deveria descansar, José. Eu vou só fazer a unha. Hoje que consegui uma vaga no salão da Marina...
José a olhou com um misto de confusão e preocupação. Aquilo não era típico de Sofia. Ela sempre gostou das manhãs em família, e nunca recusava sua companhia.
— Mas... — ele tentou argumentar, mas recuou ao ver a expressão determinada (e talvez nervosa) da esposa. — Tudo bem... quer que alguém te leve?
— Não, eu levo o