A quarta-feira passou devagar demais para Liandra.
Era como se o mundo tivesse desacelerado só para que ela sentisse, de forma cruel e nítida, cada centímetro de distância entre ela e Rafael.
A faculdade estava cheia, barulhenta, viva como sempre… e ainda assim ela se sentia deslocada. Desencaixada. Como se algo dentro dela tivesse ficado no lugar errado.
Alice percebeu de primeira.
As duas saíram juntas da sala, conversando sobre a aula, quando Alice parou no meio do corredor e segurou o braço dela.
— Tá… o que aconteceu? — perguntou, estreitando os olhos.
Liandra tentou disfarçar.
Tentou mesmo.
— Nada demais.
Alice arqueou a sobrancelha com uma lentidão dramática.
— Você tem um ANEL.
Falou alto. Alto o bastante pra duas pessoas virarem a cabeça.
Liandra quase engasgou.
— Alice!
— UAU! — Alice apontou para a mão dela. — Isso aí é “nada”? Isso aí é “bom dia, amiga, eu comprei uma bijuteria”? Isso aí é pedido de alguém que quer GRUDAR você no sobrenome dele!
Liandra riu,