O som do salto fino de Cecília ecoava firme sobre o mármore branco do corredor. A luz do fim da tarde atravessava as amplas janelas de vidro, refletindo sobre as linhas metálicas e o luxo discreto da sede do Grupo Ventura. O perfume dela — âmbar e jasmim — impregnava o ar, elegante, calculado.
Ela mantinha o mesmo semblante calmo e impenetrável de sempre, mas por dentro o sangue pulsava em um ritmo mais rápido.
Desde o jantar com Felipe, algo nela havia mudado.
Ela não conseguia esquecer a forma como ele a olhara — frio, distante, mas… vulnerável por um único instante.
Naquele lampejo, algo atravessou o olhar do Alfa, e Cecília percebeu.
Não era sobre ela.
Havia alguém.
E aquilo a corroía.
Cecília sempre fora uma mulher acostumada a conquistar — negócios, poder, respeito, até mesmo os olhares masculinos mais difíceis. Mas Felipe? Felipe era um enigma que nem ela conseguia decifrar.
Desde que voltara daquele jantar, as palavras dele ecoavam na mente:
“Será um acordo