A lareira crepitava suavemente, espalhando um calor reconfortante pela sala ornamentada com mármores frios, tapeçarias antigas e o aroma discreto de flores secas. Svetlana, impecável em seu vestido cinza perolado, revisava alguns relatórios sigilosos com um cálice de vinho tinto ao alcance da mão.
A porta se abriu com hesitação. Um de seus homens de confiança entrou, o rosto pálido, os olhos arregalados, como se tivesse acabado de ver a própria morte.
Svetlana ergueu os olhos lentamente. Colocou a caneta de cristal com calma sobre a mesa, cruzando as pernas com a graça de uma rainha em seu trono.
— Espero que esteja trazendo uma boa razão para interromper a minha noite. — Disse ela, a voz como seda sobre lâminas.
O guarda engoliu em seco, parando a poucos passos da escrivaninha.
— S-Senhora... Houve um problema. Dois dos nossos... Enviados... Desapareceram.
Ela ergueu uma sobrancelha, sem pressa.
— Desapareceram? — Repetiu, girando lentamente o cálice entre os dedos. — Ou foram elimin