Lyra empurrou a porta do pequeno quarto nos fundos do bar e soltou o ar lentamente, como quem exalava, junto com o suspiro, o resto de esperança que ainda restava.
A mochila escorregou do ombro, caindo no chão com um som seco, ecoando pelo espaço vazio.
Vazio…
Tudo agora parecia vazio.
O gerente nem quis ouvir suas explicações. Bastou sumir no meio do expediente para que ele, sem pestanejar, a demitisse.
— Você pode até ter seus motivos, Lyra… Mas não dá pra confiar em quem desaparece no meio do trabalho. — Ele disse, a voz fria, sem um pingo de consideração.
Ela não o culpava. Sabia que tinha errado. Mas… No fundo, também sabia que faria tudo de novo.
Ajudaria aquele homem estranho e bonito quantas vezes fosse preciso.
Seus olhos marejaram, mas ela esfregou o rosto com força, impedindo que as lágrimas viessem. Não havia mais tempo para isso. O quarto… Nem mais era dela. O dono do bar havia dito que, com a demissão, ela precisava desocupar o espaço imediatamente.
Em menos de meia hor