O sol da manhã esgueirava-se pelas frestas das cortinas pesadas, pintando o quarto com faixas pálidas de luz, mas para Mia e Bryan, a luz era apenas um lembrete do precipício em que se encontravam.
A névoa densa das memórias, impregnada de dor e da crueza das revelações de Bryan, ainda pairava sobre eles, um sudário invisível que pesava nos pulmões.
A vida inteira, desde o berço onde seus destinos se entrelaçaram com a marca lupina, tinha sido uma batalha. Agora, com a ferida aberta da noite anterior exposta sob a luz fria do dia, e a perspectiva de Bryan desvendada, Mia sentia um nó na garganta, um turbilhão de emoções complexas que ameaçava sufocá-la.
No fundo, apesar de tudo, no final, Mia não sabia se estaria ao lado dele. Ela esperava que eles vencessem as ameaças e as guerras e que a alcateia prosperasse, mas o seu coração e sua alma já haviam partido. Era só questão de tempo, e ela seguiria em frente; essa era uma certeza que ela guardou para si.
Ela se afastou do abraço dele,