Dava para sentir a diferença do clima e as pessoas no trem que entravam na mesma estação que ela. Muitos pareciam estar voltando para casa para passar as festas também, em grande maioria era jovens. Outro assessor a acompanhava era o mesmo que esperava no desembarque. Aquele não conhecia, o mesmo brevemente explicava um pouco sobre a história da região, principalmente quando a família real da época da Rainha Victoria quando comprou o castelo, e fez dele o lugar preferido para as férias de verão por ter um clima melhor que Londres. Aquele ano todos se reuniam para as festas.
Max já tinha avisado que ele iria a receber, e a esperava ansioLolaente no hall do castelo enquanto todos se reuniam na sala para chá da tarde. Chovia desde as primeiras horas da manhã, a pausa veio prati
— Já aprovamos as perguntas, tem uma cópia no quarto de cada um para que se preparem. As roupas também estão devidamente separadas. – Parecia mais um dia normal no escritório para a rainha, só então Elloravia a famosa pasta vermelha nas mãos do homem mais velho que tinha visto entrar com eles. Aguardando as próximas instruções.– Achei que faríamos isso só quando estivéssemos noivos. – Max ainda estava entendendo o motivo daquilo. Mesmo sabendo que tinha o porquê contestar ou se negar fazer. E tentava trazer Lola para mais perto tentando dar conforto a ela. Aquela novidade devia ter caído como uma bomba sobre ela.– Tem razão, esse é o protocolo. Mas vocês já fogem aos protocolos padrões desde o começo. Então se preparem. – Agora olhava para Ellora. &nda
– Posso entrar? – Agora era a voz de Charlie atrás da porta após as batidas suaves que pegava ambos desprevenidos.– Não é uma boa hora, Charlie. – Não adiantava falar não. A ruiva já enfiava cabeça pela porta e entrava mesmo com aviso do irmão.– Queria saber como vocês estão. E pedir desculpas, por ter feito parte disso. –Charlotte realmente parecia chateada.– Você não tem culpa, só fez o que foi pedido. – Lola a olhava dando o melhor sorriso com gentileza e deixando claro que não a culpava.– É coisa da nossa avó e dos lordes da câmara. – Max parecia um pouco mais lógico, sabia bem como funcionavam as coisas por ali. Tudo que saía do planejado ou esperado era contestado. Sempre precisava mostrar mais valor. – Uma hora ia acontecer.– Com Yasfys não foi assim. – Charlie já se juntava a eles na poltrona vazia, com o olhar mais desanimado que os dois tinha visto.Mas depois de olha
As 7pm em ponto, os dois desciam arrumados e com o sorriso mais perfeito que poderiam ter. Por sorte não precisavam de sentar perto da rainha, dali não teriam tanta atenção. A única coisa que se preocupavam era manter a conversa fluindo com um casal dos tios que estavam ao lado deles e os pais de Yasfys.Por sorte eles tinham assunto suficiente, que Ellora só precisava adicionar comentários pequenos e que mantinha todos envolvidos ali. Não via as crianças na mesa, e imaginava que para manter a ordem elas não participavam do jantar.Mas logo encontrava os pequenos na sala ao lado brincando entretidos com as babás e brinquedos, logo iam procurar os pais para mostrar o que tinham feito.No tempo que estavam ali, o pequeno Arthur já procurava a tia Lola como agora a chamava para mostrar o cavalinho de madeira entalhado que parecia até
É só uma festa, você merece. Se arrume, fique lindíssima, use aquele vestido azul que tanto ama. Beba alguns drinks, dance e ria com suas amigas. Era o que Ellora dizia para si enquanto terminava o banho. Apesar de estar exausta mentalmente depois da longa semana de projetos e testes-piloto de implantações que assumira nos últimos meses, esforçava-se para se animar e não desistir de última hora. Entre tantas responsabilidades, ainda era a única pessoa que deveria executar, mas almejava aquela promoção tão prometida pelo diretor. Então, tinha que encarar o desafio até o fim.Mesmo que sua vontade fosse vestir um pijama confortável e acompanhar a noite com uma panela de brigadeiro, ela iria sair. Havia prometido às amigas que se divertiria, não reclamaria e nem pensaria em trabalho. O melhor salto já estava separado, dançaria todas as músicas que quisesse e até paqueraria um cara bonito que chamasse sua atenção. Apenas por diversão, nada sério. Só por aquela noite, não precisava pensar
Era notável a intenção da amiga ao ajustar o vestido preto e brilhante, tentando destacar ainda mais o decote. Como se as quase duas horas que passou se arrumando não tivessem sido suficientes. Lola sempre agradecia por cada uma ter seu próprio espaço e quarto, pois, nesse ponto, eram muito diferentes. Ela era racional, via tudo preto no branco, sem floreios ou ilusões. Sempre dizia a si mesma que, se não houvesse um bom motivo, não valia a pena continuar. Já tinha aprendido essa lição na última vez em que se deixou levar apenas pelo coração e pela emoção. Patrícia, por outro lado, era pura adrenalina, loucamente apaixonada pela vida, pelos riscos e por tudo o que pudesse proporcionar diversão. Enquanto a observava se arrumar, Ellora já sabia: lá pelas 1h da manhã, a amiga estaria bêbada e aos pés dele, mesmo que o visse com outras mulheres. Era sempre a mesma história. E ela nem tentaria intervir. Já estava cansada de discutir horas e horas com Patrícia, que ignorava todos os avis
Depois de mais dois drinks, tudo estava um pouco fora de controle. Como esperado, Lola já tinha perdido uma das amigas de vista na pista de dança. Andrea sempre era a mais ávida em encontrar um par para a noite. Não demorou muito para Lola avistá-la alguns degraus acima, agarrada a um homem alto, de pele escura e completamente careca. O tipo dela. De onde estava, e pelo jeito como se agarravam, era difícil diferenciar quem era quem — pareciam uma coisa só.Lola, por outro lado, não estava interessada nessas aventuras momentâneas. Desviou o olhar, deixando as amigas à vontade para se divertir enquanto se mantinha o mais sóbrio possível. Só queria voltar à mesa após se livrar dos caras inconvenientes que cruzavam seu caminho. Aquele não era o tipo de lugar que frequentava para conhecer alguém.— Menos uma. Quem é a próxima? — apontou para as duas amigas à sua frente, que já tinham pedido outra rodada e viravam mais duas doses com entusiasmo.Seria uma longa noite.Entre idas e vindas at
Era naquele momento que ela esquecia do mundo, ouvindo suas músicas preferidas e dançando livre, sem se importar com quem estava ao redor. Ainda mais quando se juntava à amiga, que compartilhava o mesmo sentimento, e as duas moviam-se em perfeita sincronia, como se fossem uma só. O calor abafado do ambiente as envolvia, e os rostos desconhecidos ao redor se transformavam em borrões. A cada batida da música, sentia o corpo vibrar, como se fosse parte da melodia. A pele queimava e, quanto mais tempo passava ali, mais ela se entregava àquela sensação única de liberdade. Mas quando se virou para abraçar a amiga, ainda empolgada, já desistiu.Naquele instante, apenas as costas de Patrícia e o rosto familiar que não queria ver – Mauro. Ele estava ali, mais uma vez, a abraçando e beijando como se nada tivesse acontecido. No fundo, ela sabia que era apenas questão de tempo até que os dois se encontrassem de novo e começassem a mesma história. Até que demorou para acontecer.Ellora franziu o c
— Grego? – A pergunta dele parecia genuína, fazendo Lola rir enquanto o olhava.Como sempre, alguém perguntaria de onde vinha aquele nome. E, obviamente, ela não parecia uma pessoa de ascendência grega.— Hebraico ou celta, até hoje não sei. – Ela abriu um sorriso, fazendo eco de sua resposta.O que realmente chamava mais a atenção eram os olhos dele, que alternavam entre verdes e castanhos. Com a pouca luz, era difícil identificar, mas a gentileza no olhar quando ele sorria para ela era clara. Os cantos dos olhos se apertavam um pouco ao sorrir, e ele se inclinava para ouvir melhor, respondendo-lhe com suavidade, antes de retornar à pergunta anterior.— Mas, de qualquer forma, mesmo que soubesse dançar, não danço com desconhecidos. Não assim. Valeu pela intenção. – A atenção de Lola se voltava para a garrafa recém-aberta e gelada. Estava quente demais, e a presença dele parecia intensificar o calor. Ele não desistia e, mais uma vez, chamava sua atenção.— Uma pena, adoraria umas auli