● Aneliese Moore ●
A manhã amanheceu fria, como de costume na cidade. A brisa gelada me recebeu assim que abri os olhos, fazendo-me encolher um pouco sob o cobertor antes de arrastar-me para fora da cama. Sirius, impaciente como sempre, já estava pronto para o passeio, abanando o rabo e me observando como quem diz: “Vamos logo, humana!”
Caminhamos alguns quarteirões até o parque próximo ao prédio. O ar cortante entrava pelas mangas do meu casaco, mas havia algo revigorante na frieza da manhã. O cheiro de terra molhada misturado ao aroma distante de café vindo das padarias despertava os sentidos. Fiz minha rotina matinal com cuidado, cada movimento familiar trazendo uma sensação de normalidade antes do caos do dia começar.
Chego à empresa um pouco mais cedo, cumprimento as recepcionistas com o sorriso automático de quem já fez esse ritual dezenas de vezes. Subo até o último andar e, antes mesmo de tocar na minha cadeira, corro preparar o café do senhor Blake. Porque sejamos sinceras: