● Alexander Blake ●
A sensação de um corpo menor grudado ao meu foi o que me despertou naquela manhã. O calor de Aneliese se espalhava como um lençol de conforto, o corpo dela se moldando perfeitamente ao meu, como se tivesse sido feito sob medida para caber ali. Sua cabeça repousava sobre o meu peito, e cada respiração sua era um toque suave, um compasso lento que fazia o meu coração acompanhá-la.
Instintivamente, puxei-a um pouco mais para mim, o suficiente para sentir o peso sereno de seu corpo relaxar ainda mais em meus braços. Ela se aninhou, e por um breve instante, o mundo inteiro pareceu caber dentro daquele abraço.
O cheiro dos seus cabelos me atingiu — rosas e um toque discreto de baunilha. Era um perfume doce, mas não enjoativo; algo entre o real e o sonho, entre o conforto e o vício. Virei-me apenas o suficiente para observá-la dormir. E ali estava ela: serena, tranquila, completamente entregue à paz que o sono oferece aos que merecem descanso. Um anjo. Um anjo em forma