● Aneliese Moore ●
Me apoio no balcão da cozinha, a taça de vinho entre os dedos, observando o reflexo suave da luz contra o líquido rubi. Do lado de fora, a chuva continua a cair pesada, um tamborilar constante que preenche o silêncio entre um pensamento e outro. Na sala, o som do filme ainda ecoa — A Casa Monstro venceu a guerra de escolhas, depois de longas negociações e olhares de súplica.
Os pequenos Blake’s até tentaram me convencer com Invocação do Mal, mas, convenhamos, não é exatamente o tipo de energia que quero invocar para dentro da minha casa às onze da noite de uma sexta-feira chuvosa.
Alexander quase teve um colapso ao ver a quantidade de guloseimas que mandei preparar. Confesso: exagerei. Havia comida para um pequeno batalhão — pizzas, hambúrgueres, batatas fritas, balas, chocolates e refrigerantes de todos os sabores possíveis. E, ainda assim, ver os três se fartando, rindo entre uma mordida e outra, fez tudo valer a pena.
Agora, o relógio na parede marca 01h37