Ele já passou por muito sofrimento, perdeu o amor de sua vida, o filho que nem chegou a conhecer, tornou-se frio, porém forte. Ela órfã, sem ninguém que realmente se importe. Num momento de dor para ele, uma palavra de uma jovem, que ele vê como criança, vai dar sentido para a sua vida. Mesmo ferido ele encanta a menina, cria naquele momento uma ideia de futuro ao lado daquele homem de palavras doces, mesmo estando triste. Crescendo separados, as palavras da menina continuam com ele, ajudando a sustentar a dor. Ela, não mais menina, sim uma mulher, com traumas, trancada em seu mundo, mesmo assim ajudando outros, tornasse grande, forte, poderosa, porém, vai se fazer pequena para ajudar aquele a quem sonha por tanto tempo. O laço dos dois vem de muito tempo, nem eles imaginariam que uma promessa feita na infância iria tornar-se real, num casamento por conveniência. Dor, drama, mistério, sofrimento, com muita paixão nesse romance de Thiago e Erika.
Leer másDOR!
DOR!
Como definir a dor?
Como refletir a dor do outro?
Como calcular a dor do outro?
Como acabar com a dor?
Onde começa e termina a dor?
Se existe um lugar onde a dor é algo totalmente presente, é num velório.
Nunca é fácil dizer adeus, ainda mais um adeus definitivo.
A chuva caia forte lá fora, vento, trovões, raios, o mundo parecia chorar.
Dentro da pequena capela, o clima não era diferente.
O silêncio em volta do caixão, olhares frios, olhares que acusavam, a dor pode ser sentida a quilómetros desse lugar.
Ninguém quer falar, mas todos têm muito o que dizer.
Num canto, uma jovem de quinze anos, observa tudo.
Ela está ali para auxiliar o local, é seu serviço do dia, não gostava de cuidar da capela em dia de velório, porém, aquele ali parecia ainda mais sofrido, o clima ali dentro parecia ainda mais nublado e sombrio do que a chuva lá fora.
A pequena garota prendi a sua visão, na pessoa que ela acredita ser a que mais sofre ali.
Boa observadora, percebe que alguns estão com raiva, ódio no olhar, olham para o homem como que acusado em silêncio.
O que ele teria feito? Ele não matou ela? Ou estaria preso. Pensa, olhando do homem ao lado do caixão, e para a foto da linda mulher loira.
Caixão fechado, sim, essa foi a ordem, na verdade, caixão já lacrado, não seria aberto de forma alguma.
Havia escutado, acidente de carro, a mulher dirigia, provavelmente desmaiou, estava gravida, quase nove meses.
Mãe e filho morreram, ficando apenas os corpos carbonizados, um amigo reconheceu o corpo, através da aliança que ela usava.
As lágrimas descem pelo lindo rosto do homem ali parado, então após quatro horas de um velório silencioso, um grito:
— VOCÊ MATOU-A! VOCÊ É CULPADO! NÃO DEVERIA ESTAR AQUI!
Uma senhora com ódio no olhar diz apontando para o rapaz parado ao lado do caixão, ele não se defende, parece congelado ali.
— Pare Ane, ninguém tem culpa de nada. Foi um acidente. — Um homem parecido com a moça da foto fala, abraçando a mulher.
— Ele não estava lá, ele não ajudou ela quando precisou. ELE É O CULPADO!
— Calma senhora Ane, Thiago estava numa viagem importante, ele está a expandir a empresa dele. Aline escolheu ficar, foi escolha dela. Vamos entender.
— Mentira, ele estava com amantes, ele nunca estava em casa, vivia dizendo que estava no trabalho, mas nunca estava em casa. Nunca valorizou a minha filha. Fraco, moleque, ela nunca que deveria ter se envolvido com um moleque como ele. Isso que dá, ela linda com os seus trinta anos, envolvida com um projeto de empresário, um ninguém na vida.
— Calma Ane, não ofenda Thiago, ele fez de tudo para nossa filha, mesmo sendo um jovem de vinte anos ele foi um bom marido para ela.
A discussão continuava, melhor as acusações, pois o rapaz não saia do lugar, não falava nada, até pedirem que saísse.
— FORA DAQUI, NÃO QUERO VER A SUA CARA! VOCÊ É O CULPADO, VIVA COM ISSO AGORA, SEU INÚTIL!
— A senhora Ane está certa, Thiago melhor você sair, não vai ser bom que fique aqui primo, está constrangedor tudo isso.
— Cunhado, sei da sua dor, mas mamãe precisa desse momento, por ela, que Aline tanto amava, por favor saia.
O rapaz que desde o momento que entrou olhava apenas para o caixão lacrado, olhou para frente, parecia sem forças, perdido.
A pequena observadora, resolveu entrar em cena, apenas ajudar.
Usando a sua vestimenta tradicional do colégio onde vivia, vestido longo de mangas cinza, com um tipo de avental preto por cima, cabelos presos num coque baixo, nem um maquinagem ou joia, meias pretas altas, que se perdiam no vestido largo, sapatos baixos pretos.
Com a cabeça baixa, entrou no lugar, sem ser notada, tocou no braço do homem, e falou apenas:
-Por aqui por favor! Vou levá-lo onde possa se sentir mais confortável.
O homem, como num transe apenas seguiu a menina, que nem havia visto o rosto.
Foi conduzido até um corredor, onde sentou num banco de madeira, de lá, podia ver pela janela, o caixão, mas ninguém o veria, assim evitaria incómodos.
A jovem sentou ao lado do homem, sentiu a necessidade de estar ali, dando um apoio silencioso, até que ele falou:
— Eles estão certos! A culpa é minha.
— A morte não tem culpados, mesmo que você tivesse atirado nela, e tirado a vida deles, você ainda assim não seria culpado.
O homem parecia surpreso com as palavras da menina ao seu lado, e só agora, resolveu olhar para a criança ali.
— Você não sabe o que fala. E sim sou culpado! Prometi muito para Aline, não dei nada. Você vê alguém da minha família aqui. Não! Eles sempre foram contra o meu casamento, mas o meu amor por Aline, julguei ser o suficiente.
— O amor se sincero e verdadeiro é o suficiente. Agora, se você estava realmente com uma amante como a mulher lá dentro falou, sim, você vai ficar com remorso por toda a vida, mas não pela morte dela, e sim por sua traição.
— Nunca traí a minha mulher, isso não é papel de um homem, apenas v@g@budos tem coragem para tal ato.
As palavras da menina haviam mexido com o seu orgulho, ele nem sabia o porquê de estar ali dando atenção a conversa de uma criança. Mas, também não sabia como sair dali.
Desde que recebeu a notícia do acidente, e por consequência morte da sua esposa e filho, ele se viu como num mundo paralelo. Quem avisou de tudo foi um primo da mulher, Ruan.
Thiago estava em outro estado, monitorado uma grande construção, que daria grande lucro para sua empresa, havia convidado Aline para ir junto, pois ficaria mais de dois dias ali, e poderiam aproveitar e ir à praia depois do seu trabalho, mas ela não quis, disse que não iria para uma cidade pequena, ficar trancada num quarto sem classe.
Quando ele chegou lá, logo recebeu a notícia, e o seu mundo acabou ali, pensamento para colocar um fim rodavam a sua cabeça, ainda mais quando ao chegar no velório, escutou a mãe da esposa, falar, "ele deveria ter morrido, se for justo, irá morrer logo também."
Ele concordou com ela, e pensou em tirar a sua própria vida, estava apenas esperando terminar o velório, não iria conseguir viver sem a sua amada Aline, mas aquela criança, veio com a suas palavras revirar ainda mais os seus pensamentos.
THIAGONão tivemos lua de mel, talvez essa vá demorar bastante para acontecer.Ando a mil, colocando tudo em ordem, para ficar afastado da empresa quando os Fofinhos nascerem.Papai saiu da sua aposentadoria, e tem-me ajudado na empresa, ele disse que ficará no meu lugar com Filipe.Meus pais, Cristiny e vovô, e o capitão, tesão morando em casa.O pessoal da equipe de Erika, todos os dias, vem até em casa, com presente, para toda a família.A chegada dos nossos filhos, está a ser muito aguardada, e cuidada.Erika completou trinta e quatro semanas, a médica, agendou a cesária para a próxima semana.Estamos agora, deitados, na nossa cama, ela usa uma camisa minha aberta na região da barriga, está linda, fico a alisar e sentindo as crianças mexerem.— Príncipe, estou preocupada, hoje eles estão ainda mais agitados.— Você quer ir ao médico agora? — Perguntei já me levantando.— Acho que podemos ir amanhã cedo, o que acha?Quando ia responder, ela retorceu o rosto com dor.— Não iremos ag
THIAGOFoi surpresa para todos o casamento de Tia Divina ser todo uma farsa, pois ela fazia questão de humilhar mamãe, dizendo ter a família perfeita, muitos filhos, muitos netos. Sempre criticando mamãe, por ter apenas um filho, por esse filho não ter-lhe dado netos, em tudo ela sempre quis ser melhor que mamãe.Após o escândalo, onde ela matou uma das amantes do marido, outras coisas foram descobertas.Como a gravidez e casamento falso de um dos filhos dela, a amante tinha um amante, nada novo.A família perfeita dela, se desfez como um castelo de cartas.As amantes do marido, que não sabiam uma da outra, com a morte de uma das amantes, e a esposa presa, começaram a brigar, para tomar o lugar da esposa, no final, ele precisou tirar muito dinheiro do bolso para acalmar as duas.Família perfeita? Isso existe?Acredito que não, talvez exista famílias tentando ser perfeitas.Isso que quero, construir uma família imperfeita, onde cada um saiba respeitar o outro, dando limites, liberdade,
ERIKANaquela noite, dormi tranquila, nos braços do meu amado.Os dias seguintes, foram tranquilos, com todos mimando muito toda a família.Mamãe e Cristiny juntas fazem uma festa fácil, elas têm uma sintonia ótima.Vovô Fernando, está a morar connosco, ele aqui é muito diferente do capitão que conheci, que sempre era sempre frio, agora doce atencioso.Thiago agendou uma coletiva com a imprensa, na empresa dele, Filipe e Luana estarão presentes, dando apoio.No dia e horário marcado, cheguei no local, usando um vestido de grávida tradicional, que destacava a minha linda barriga, que estava enorme, com quase sete meses, já que eram quatro ali dentro.Luana fez uma festa, na verdade, todos da empresa, vinham passar a mão na minha barriga.-Thiago, nunca pensei que você era tudo isso. Quatro de uma vez, que orgulho falar que sou seu amigo. — Filipe falou deixando o meu marido todo corado.No momento da coletiva, muitos estavam ali. Thiago começou calmo, com voz firme.-Boa tarde! Convide
THIAGOErika estava misteriosa, com essa história de banco, cofre.Quando ela explicou, fiquei curioso, sem acreditar muito.Mas, quando ela sabia a senha do cofre, tudo mudou.Sim, eram recordações dos pais dela.Na primeira carta, já emocionou todos nós.O capitão Fernando principalmente, a minha esposa, realmente é especial.Abraçou ele, sem restrição, isso foi bom, pois vi realmente o sofrimento no rosto desse senhor nesses dias quem que ela esteve desacordada.-Erika, tinha medo de contar a verdade para você, fiquei de longe para não te atrapalhar, não queria prejudicar a sua vida. Não queria você como espiã, sei o perigo que esse trabalho traz.— Vovô capitão, sempre senti a sua proteção, durante todo o tempo, e sobre não querer que eu seguisse como espiã, sou sua neta, sou neta da vovó Jaqueline, não seria diferente.— Mas, agora vai ficar sossegada, tem que cuidar dos meus bisnetos.-Sim, vovô!— Isso tudo é incrível, Glória e Jack sabiam de alguma coisa, para preparar tudo is
ERIKA-Chegamos amor!-Sim, chegamos. Na minha cabeça, está a dúvida, quero encontrar ou não. Mas, vamos.Entrei mostrei os meus documentos, falei o número do cofre, pediram para esperar.Um senhor simpático veio atendem.— Bom dia Erika! Finalmente conheço você, espero não falar besteira, mas esse deve ser Thiago, o seu prometido desde que ainda era um bebé.-Bom dia! Sim, ele é Thiago.— Vejo que logo a família irá aumentar, parabéns!— O senhor parece conhecer bem a minha família.— Sim, conheci os seus pais. Em um ano iria procurá-la, para entregar a chave do seu cofre aqui no banco, com as instruções do seu pai. Mas, vamos, já estamos no horário do almoço, e você não pode perder refeições.Caminhamos com ele, até a área dos cofres. Lá ele abriu, retirando, outro cofre, esse numérico.— Isso é seu! Erika, aqui tem muitas coisas, revelações, mas lembre, eles sempre te amaram, por isso deixaram as suas memórias aqui. Infelizmente fiquei a saber do acidente, dois anos depois, a famíl
ERIKAPensei estar a sonhar ainda, pensei estar presa, sem conseguir senti-lo.Mas, não, era a pele dele, os cabelos lindos, seu rosto perfeito.Ele abriu os olhos, e sim, era real.Muitas novidades na minha vida.Mais de três meses desacordada, e quando acordo, descubro que estou grávida.— Fofinha vamos devagar, treinei bastante para quando você acordasse. Primeiro vai ficar sentada.— Estou tão feliz por estar aqui, de volta, na realidade.Íamos a conversar, ele fazendo massagens nas minhas pernas, mexia os pés.— Agora momento, de levantar, vamos com calma.— Preciso ir com calma, tenho uma grande melancia agora na barriga.Rimos juntos. Fiquei em pé, segurando nele, um pouco tonta.Começamos a caminha até o banheiro.Lá ele ajudou-me, foi uma tortura, sentir as suas mãos no meu corpo.Mamãe já havia enviado roupas para mim.-Erika, você ficou maravilhosa, linda. Uma gravida linda perfeita.— Estou enorme, mas sentir eles aqui dentro é incrível. O que você quer que sejam, meninos
Último capítulo