— Estávamos todos à sua procura. — Matt se sentou ao meu lado no banco e me puxou para o abraço, o casaco dele ainda cheirando a vento frio e café. — Você deixou o carro na porta de casa e sumiu. A sala… Mag, a sala tá um caos. Pensei o pior.
Abri a boca, mas nada saiu. Coragem, coragem, coragem.
— A gente precisa conversar — consegui dizer, com a voz presa na garganta. — Eu só não… eu não sei por onde começar.
Ele não apertou. Só ficou ali, o braço apoiado nos meus ombros, o outro no próprio joelho, o maxilar duro. O silêncio dele respeitava o meu. Isso — essa delicadeza simples — é o que sempre me desmonta.
— Desculpa — sussurrei, abraçando-o de volta.
— Fala comigo — ele pediu, já tirando o casaco e pousando sobre mim. — Você tá gelada.
Assenti sem encará-lo.
— Me leva pra casa?
Ele levantou, ofereceu a mão. O calor na palma dele me lembrou que a noite tinha caído de vez no East Side. Fomos andando. Os passos sincronizados, o barulho distante das sirenes misturando-se a um sax perd