Desliguei sorrindo, vencida pelo afeto insistente dela. Pensei em Emma e Lotte, mas não queria despejar mais um terremoto no almoço das duas. Liguei o carro. Fui até o hospital público mais próximo no Lower Manhattan — um bloco cinza, funcional, sem charme —, que eu sabia que fazia exame rápido.
Trânsito pesado na West Street, buzinas, sirenes, um vendedor de pretzel que já me conhece pelo olhar. Estacionei, atravessei a rua no sinal, entrei. Na recepção, uma moça de rabo de cavalo preso alto sorriu de cansaço.
— Queria fazer um exame — expliquei.
— Marcou?
— Não.
— Encaminhamento?
— Também não. É de gravidez.
— Então vem comigo — ela falou, já levantando do balcão.
Fiz a ficha com uma senhora de humor direto. Fiquei numa cadeira azul esperando o meu nome. Chamaram. A sala era branca até incomodar. Um rapaz de jaleco, luvas, olhar bom.
— Só uma picadinha, tá? — disse, e eu vi as covinhas no rosto dele quando sorriu. Lembrei do Matt por dois segundos.
— Você já fez o de farmácia? — per