As duas foram. Fiquei com a Charlotte e com meu pai, que me conduziu pro corredor como quem guia alguém num museu depois de uma catástrofe. A casa, que sempre foi um casulo, parecia um cenário revirado. No quarto dos bebês, a janela lateral estava estilhaçada; os berços, com as mantas no chão. O Liam e a Becah não estavam ali por pura sorte — e por um atraso qualquer do trânsito que nos reteve na igreja.
— O que vocês estavam fazendo aqui? Todo mundo? — perguntei à Charlotte, baixinho, embalando a Becah que ela tinha trazido do carro.
— A gente veio montar uma surpresa. — Ela respirou fundo. — O Math queria te pedir em casamento. Tinha música, flores… Estava tudo pronto.
Piscou lento, como se o cérebro dela precisasse de tempo pra aceitar a frase que viria em seguida.
— Umas nove da noite, eu acho. A gente ouviu um barulho aqui dentro. Eu e o Chris viemos ver. Abrimos a porta, dois caras altos, encapuzados, revirando as coisas. Eu gritei. Eles apontaram as armas pra gente e ficaram re