Aylla sentiu seu sangue gelar. O homem se aproximava, e quanto mais perto ele chegava, mais ela sentia o cheiro de uma colônia amadeirada que mexia com seus instintos. Seu coração disparava no peito. Ela sempre acreditou que só seu ex-noivo poderia provocar aquela reação dentro dela, mas agora… agora um completo desconhecido estava fazendo isso. E pior, um garoto de programa. Ela nem sabia direito o que estava fazendo ali. Sua cabeça gritava que era loucura. Sua família a apedrejaria se soubessem. Seus pais eram extremamente conservadores, e aquilo seria considerado um pecado imperdoável.
Mas Vanessa havia prometido que ninguém jamais saberia daquela noite. Ninguém.
O homem, de olhos âmbar intensos e sorriso provocante, lhe ofereceu uma bebida. Aylla pegou e tomou de um só gole, tentando disfarçar a vergonha que tomava conta de si.
— Calma, Aylla... — essa noite eu só quero que você aproveite.
Ela ficou vermelha como um tomate.
— Ayron, me desculpa. É que... eu nunca fiz essas coisas, sabe?
Ele arqueou a sobrancelha, com aquele olhar de quem já sabia da resposta.
— O quê? Pagar por um garoto de programa? — perguntou com um leve sorriso nos lábios.
Aylla apenas baixou a cabeça. Ele parecia se divertir com a vergonha dela.
— Não se sinta envergonhada. Estamos só você e eu aqui — disse, se aproximando mais e começando a acariciar os cabelos dela. — Muito lindos... — completou, com um sorriso que faria qualquer mulher perder o juízo.
Era um sorriso perfeito, com dentes brancos e alinhados. Ele foi se aproximando ainda mais da boca dela. Aylla podia sentir o cheiro doce da bebida em sua respiração. Ela esperava que ele a beijasse, mas Ayron apenas aproximou a boca de sua orelha e murmurou:
— Hoje você vai receber prazer.
Suas mãos foram descendo pelas costas dela, e com calma ele começou a abrir o zíper do vestido. Aylla estava tremendo. Não sabia se era por vergonha ou por desejo. Os olhos âmbar dele a observavam com atenção, e então ele a virou de costas e começou a beijar suas costas nuas.
Aylla não conseguia conter os gemidos. Aquele homem estava deixando-a louca. Ele desceu o vestido até o chão, e ainda assim continuou a beijá-la com calma, percorrendo sua pele como se quisesse memorizar cada centímetro. Quando a virou de frente, ela instintivamente tentou esconder o corpo com as mãos.
— Não precisa se esconder — disse ele, com um tom carinhoso. — Você é linda.
Ela respirou fundo e tentou se acalmar. Com cuidado, Ayron retirou seu sutiã e acariciou os seios com ternura, beijando e lambendo-os enquanto olhava nos olhos dela. Aylla não conseguia raciocinar direito. Virou o rosto, sem conseguir sustentar o olhar. Ele riu baixinho.
Quando seus beijos desceram até a calcinha branca, ela sentiu o corpo estremecer.
— Pare, por favor... só não...
— Não se sinta envergonhada — respondeu ele, com a voz suave. — Você vai gostar.
Aylla nunca havia recebido sexo oral. Seu ex-noivo, apesar dos anos juntos, jamais fez isso com ela. Mas aquele homem, um completo estranho, estava prestes a fazê-la descobrir o que era prazer de verdade. Ayron beijava por cima da calcinha, e ela gemia involuntariamente, jogando a cabeça para trás. Ele puxou a peça de lado e continuou.
Ela estava de pé, e ele de joelhos à sua frente, prestando uma adoração silenciosa com a língua. Quando a olhou de novo, disse:
— Você é deliciosa.
— Por favor, não diga essas coisas... — murmurou Aylla. — Você deve dizer isso para todas.
Ele apenas continuou com os olhos carregados de desejo, se levantando para tirar a camisa. Ao revelar os braços e as costas cobertos de tatuagens, Aylla quase perdeu o ar. Nunca havia ficado com alguém como ele. Aquele corpo definido e marcado era extremamente atraente.
— Gostou? — perguntou ele, ao perceber o olhar dela.
Ela ficou muda. Ele tirou o restante da roupa, ficando apenas com a cueca box branca. Aylla percebeu que ele já estava completamente excitado. Ayron a pegou nos braços e a levou até a cama.
— Vou deitar e quero que você sente em cima do meu rosto.
— Eu não posso fazer isso... não consigo.
— Calma, não precisa ter vergonha — disse ele com carinho.
Ela hesitou, mas acabou fazendo o que ele pediu. Sentou sobre seu rosto, com as partes íntimas pressionadas contra sua boca. Ele usava a língua com uma maestria que a deixava fora de si. Aylla gemeu alto, e logo começou a se movimentar sozinha, guiada pelo instinto.
— Não se segure. Quero que você goze assim, em cima da minha boca. Você tem um gosto maravilhoso, Aylla.
Ela não aguentou. Estava completamente entregue. Gozou, estremecendo sobre ele, sentindo as pernas falharem. Quando desceu, ele passou o dedo no rosto e sorriu.
— Agora que você está no clima... vamos continuar.
Ayron retirou a cueca. Aylla ficou impressionada com o tamanho do membro dele — bem maior que o de seu ex. Ele colocou o preservativo e começou uma nova tortura, passando a glande sobre seu clitóris. Ela estava tão molhada que o movimento era suave e provocante.
Ela sentia que iria gozar de novo. Ele beijou sua boca, um beijo quente, provocante, e ela não conseguiu se segurar.
— Por favor, me possua — pediu.
Ele penetrou com força, e os gemidos se misturaram. Aylla sentia o corpo inteiro em chamas. Ele socava com força, e ela sentia o tempo parar. Gozaram juntos. Foi intenso. Foi real.
Depois, ele se deitou ao lado dela e ficou acariciando suas costas.
— Foi bom pra você, Aylla?
Ela quis dizer que ele foi o melhor, que nunca tinha sentido algo assim, mas só conseguiu murmurar:
— Sim... foi bom.
Ele sorriu.
— Você está com fome?
— Um pouco, sim...
Ayron ligou do telefone do quarto e pediu um jantar.
— Mas... eu que estou pagando — disse ela, confusa.
— Pedi um jantar pra nós dois — respondeu, como se aquilo fosse natural.
Foram tomar banho juntos. Ele a possuiu mais uma vez no chuveiro. Aylla estava cansada, mas ele parecia insaciável. Depois, jantaram como se fossem velhos amantes. Conversaram. Ela quis saber mais sobre ele.
— Quantos anos você tem, Ayron?
Ele a fitou e demorou um segundo antes de responder.
— Trinta.
— E há quanto tempo faz esse tipo de serviço?
— Comecei há pouco tempo.
Ela não sabia se ele estava sendo honesto. O celular dele tocou.
— Com licença, é importante.
Ayron foi até a sacada e fechou a porta. Aylla não conseguia ouvir a conversa, mas ele a olhava enquanto falava. Quando voltou, parecia incomodado.
— Desculpa, mas preciso ir.
— Tudo bem... — disse ela, surpresa pela forma como ele pedia desculpas.
Antes de sair, ele a beijou com carinho.
— Até mais, Aylla. Saiba que essa foi a melhor noite da minha vida.
Ela ficou atônita. Ele se foi, e o quarto pareceu vazio. Quando desceu para ir embora, foi surpreendida na recepção.
— Senhorita Aylla?
— Sim?
— O hóspede deixou pago um motorista para levar você para casa.
— Como assim?
Sem entender, entrou no carro e foi levada sem que o motorista dissesse uma palavra. Ao chegar em casa, ligou para Vanessa.
— Amiga, eu cheguei agora.
— E aí, como foi?
— Van, eu tenho que admitir... foi a melhor experiência da minha vida. Ele era totalmente o meu tipo.
Riram. Aylla foi dormir pensando naquela noite.
No dia seguinte, acordou às dez. Estava de folga. Sentia-se diferente, viva. Resolveu sair, comprar roupas novas. Passeava entre lojas caras num bairro nobre. Quando passou em frente a um restaurante sofisticado, viu três homens conversando.
Um deles se levantou.
Seu coração parou.
Era Ayron.
homem que ela pagou por uma noite. Aquele que parecia um desconhecido... mas que, agora, parecia esconder muito mais do que ela imaginava.