Aylla escutava muitas histórias de bicho-papão quando era criança. Ela tinha medo, ficava na cama abraçada aos pais, e a qualquer barulho corria para deitar entre eles. E agora, ali naquela sala para onde fora levada, estava um homem que, para ela, era o verdadeiro bicho-papão.
Ele a agarrou.
— Aylla... O que eu faço com você?
Ela não respondeu. Ele parecia mais transtornado do que da última vez em que o viu.
— Aylla, sabe quantas pessoas eu matei pra chegar até você? — Ele riu. — Ah, você não deve saber, minha doce Aylla... — Seu tom ficou mais sombrio. — Sabe, eu realmente tô puto da vida. Me desculpa se eu for um pouco brusco.
Então, ele a beijou, um beijo carregado de raiva. Colocou a língua com violência, como se quisesse marcar território. Aylla tremia. Ele a soltou e se jogou numa poltrona, batendo a mão no colo, indicando que era pra ela sentar ali. Aylla obedeceu. Sabia que com ele não havia meio-termo. Era tudo ou nada.
Ele falou em seu ouvido:
— Então, Aylla... ou Victoria,