Fui descoberto... e não foi por matar ninguém, e sim por gemer alto demais
BASTIEN DE FILIPPI
Depois do meu encontro com Lucien e Addy —e de ser descoberto não precisamente por matar alguém— subi para o quarto, vesti o pijama e desci de novo. Kitty não estava, então fui tomar um café; precisava de uma dose de realidade que me devolvesse a dignidade que perdi quando Addy zombou de mim por ter sido pego em plena incursão passional.
Ao entrar, minha linda mulher estava lá, com seu robe de seda, mexendo o leite como se não tivéssemos acabado de viver uma noite digna de classificação restrita.
Apoiei-me no balcão, de braços cruzados.
Silencioso.
Ela me olhou de relance.
—E essa cara?
—Fomos pegos.
—A quem você matou desta vez?
—Não apenas a mim. Nós. Eu e você.
Kate parou. Inclinou a cabeça.
—Nós?
—Sim.
No escritório.
Quando estávamos… “discutindo com entusiasmo”.
Seus olhos se arregalaram. E depois… sorriu.
—Quem?
—Addy e Lucien.
Kate levou a mão à boca tentando conter o riso. Falhou miseravelmente.
—Eles nos ouviram?
—Tudo.
O prelúdio.
O interlúdio.
O concerto