Ingrid de Danielle
Ele abriu a porta, e a expressão em seu rosto não era nem sombra da que tinha quando saiu dali minutos antes. A sobrancelha arqueada, o maxilar rígido, o ar arrogante de quem achava que o mundo lhe pertencia. Léo havia decidido estar presente, dividir comigo a responsabilidade de contar a verdade ao Denner. Achei digno da parte dele.
Enquanto esperávamos o retorno do homem, relembramos perrengues e histórias cômicas da época da faculdade. Ríamos sem pudor, gargalhadas ecoando pela sala administrativa do hotel. Mas tudo cessou no instante em que Denner entrou novamente, o semblante carregado, escuro como tempestade sobre o rio Arno. Sua fúria era visível; claramente algo havia acontecido lá fora — e não, não havia sido nada bom.
— Não parem, continuem. Até porque a piada física e ambulante acaba de chegar.
O silêncio se instalou na sala junto com o peso daquela provocação.
— Não entendi, senhor! Estávamos rindo de uma situação que aconteceu comigo na facul