Ingrid de Danielle
Nem com todo o ar-condicionado do mundo daria jeito no calor sufocante que subia da casa de máquinas do resort quando a lavanderia estava a todo vapor. Eu estava seca, garganta áspera, e beberia água como se fosse a única sobrevivente do deserto. Ainda bem que o Hotel Stilo Menegasso colocava bebedouros purificadores a cada dez metros, e havia um bem atrás de mim. Deixei o carrinho de roupas sujas parado, programei as máquinas de lavanderia para o modo automático, tirei a máscara e fui até o bebedouro hidratar meu organismo.
Estava no terceiro copo d’água quando a vi entrar. Não a conhecia muito bem, mas sabia que era secretária da presidência. Em quase dois anos trabalhando naquele resort de luxo em Florença, nunca tinha visto essa mulher descer para as áreas operacionais. Trazia no rosto uma expressão de nojo evidente — e, convenhamos, ali embaixo, entre lavanderia industrial, e depósitos de roupas sujas, o cheiro não era exatamente agradável.
O caminhar dela,