Denner Menegaço
Valérie mexia na minha coleção de miniaturas. Ela sabe que eu não gosto. Desde criança, minha prima sempre foi destruidora. Disfarço e tiro o Ikki de Fênix de suas mãos, recolocando a peça na estante.
— Meu Deus, Den! Não ia quebrar!
— Não por querer. Mas nós dois sabemos da sua mãozinha pesada.
Ela mexe na cabeleira — uma mania irritante de coçar a cabeça e deslizar os dedos pelos fios crespos.
— Vem, priminho. — Ela me puxa pela mão, conduzindo-me até a poltrona do meu escritório. — Quero pedir desculpas pela maneira que agi no jantar. Estou meio desesperada.
— Eu também fui intransigente. — A verdade é que Ingrid me fez enxergar que um gestor precisa ser flexível em alguns casos. — O projeto do SPA Masculino é meu, você gostou de primeira e depois rejeitou por não achar que era o momento. Mas o espaço do hotel é nosso. É justo que obtenha algum lucro com ele. Pensei em lhe pagar um aluguel pelo uso do prédio e dos equipamentos.
Valérie faz uma cara de pouco entusias