Sharon Belmont
Eu merecia ouvir todo o sermão vindo da parte de Laura, apenas por um motivo: não deveria ter tragado aquele cigarro maldito. O pior é que gostei da sensação de alegria e leveza momentânea que ele me deu.
Mas era isso, apenas um momento.
Depois da chuveirada fria, voltei a me sentir só e triste. Vestida apenas com um roupão, estava sentada na sala, aguardando Laura me trazer uma roupa. Assim que ela chegou com as peças, me entregou uma calça e um casaco de moletom bem grosso.
Mesmo me ajudando, a irmã da minha melhor amiga ainda tinha uma forte expressão de descontentamento direcionada a mim.
— Amanhã, bem cedo, eu saio da sua casa. — falei, tentando confortá-la, fazendo-a saber que não incomodaria por muito tempo.
— Você não vai a lugar algum. — respondeu ríspida. — Quero dizer… — ela pigarreou sem jeito, provavelmente pela maneira como falou. — Sharon, pode ficar aqui até arrumar um trabalho e um cantinho para você.
— Como se fosse fácil… — resmunguei.
— Real