O quarto estava mergulhado em um silêncio opressivo, quebrado apenas pela respiração fraca e irregular do meu pai. Eu não conseguia evitar de chorar copiosamente e quando Kaian me abraçou, foi como se eu finalmente pudesse deixar cair minhas barreiras e apenas me entregar aquele sentimento de tristeza e sufoco em ver meu pai ainda pior.
— Vocês deveriam estar em casa... — eu ouvi meu pai murmurar e quis rir, porque com a conversa que Kaian estava tendo comigo de manhã eu não sabia se ainda tinha uma casa. — Me diga, já colocou meu netinho dentro dela?
As palavras pairaram no ar, carregadas de uma expectativa que me sufocava. Eu senti o calor subir ao meu rosto, uma mistura de vergonha e dor. Kaian hesitou por um segundo um segundo que pareceu eterno, e então, com uma voz firme, quase convincente, respondeu:
— Fiz minha parte, Duncan. Vamos ter um herdeiro forte em breve.
A mentira ecoou no quarto e eu congelei com o ar preso nos pulmões. Meu coração, já machucado pela frieza da manhã,