Diogo Castelo é um empresário bem-sucedido, conhecido por sua determinação e sucesso nos negócios. No entanto, apesar de ser um mulherengo de carteirinha, sua vida amorosa está longe de acompanhar seu triunfo profissional. Quando recebe o convite para o casamento de seu irmão mais novo com sua ex-namorada, Diogo se vê em uma situação complicada. Ele não quer enfrentar o evento sozinho e precisa encontrar uma solução rápida. É aí que ele tem uma ideia aparentemente brilhante: contratar uma namorada falsa para acompanhá-lo ao casamento e evitar qualquer constrangimento. Assim, ele conhece Larissa Aurora, uma jovem mulher engraçada, espontânea e um pouco maluquinha, que está desesperadamente precisando de dinheiro. Diogo e Larissa são completamente diferentes um do outro. Ele é arrogante, disciplinado e focado em sua carreira, enquanto ela é humilde, imprevisível e vive em um mundo próprio. No entanto, eles decidem embarcar nessa farsa juntos, imaginando que tudo será apenas uma encenação divertida. À medida que se envolvem no jogo de fingimento, acontecimentos imprevistos e situações embaraçosas começam a surgir, levando-os a enfrentar confusões hilariantes. Mas, conforme passam mais tempo juntos, algo surpreendente acontece: Diogo e Larissa descobrem que a química entre eles é irresistível. Nesta história repleta de confusões divertidas e momentos emocionantes, Diogo e Larissa descobrirão que, às vezes, os opostos se atraem de maneiras inesperadas e que o amor pode surgir nos lugares mais improváveis.
Leer másMinha cabeça vai explodir.
Sinto como se houvesse algo martelando dentro dela e qualquer som emitido nesta sala de reunião está me deixando estressado. Há um vídeo de poucos segundos rolando no quadro branco onde está sendo refletido nosso último projeto, mas não prende minha atenção. A tela do meu celular se acende, e eu já sei quem é antes mesmo de olhar. Na tela de bloqueio, uma notificação de mensagem da minha mãe:
“Me fale mais sobre ela”.
Aperto a ponte do meu nariz, voltando a focar no comercial. A modelo está correndo em direção a uma cachoeira, cabelos brilhantes ao vento. A edição está boa, mas falta algo. Um pouco de personalidade, talvez?
O celular se acende de novo.
“Você não me disse seu nome ainda, mas vou descobrir. Me passe o contato dela se estiver sem tempo. Quero conhecê-la.”
A modelo agora está deitada sobre a grama, parecendo encantada com o cheiro de qualquer coisa proveniente da natureza que ela esteja sentindo. Mas que porra é essa?
“Eu sei que você vai fazer de tudo para me ignorar, então só para lembrar: Me ligue assim que estiver disponível”.
Meu bom Deus, cadê meu ansiolítico?
A imagem do projetor congela, indicando o fim do comercial. Gonçalo me olha com expectativa, mas não digo uma palavra. Cruzo os dedos sobre a minha barriga enquanto me estico na cadeira, inquieto e estressado.
Muitos pares de olhos se voltam em minha direção, ansiosos por uma resposta minha.
— A ideia não é ruim — digo finalmente. — Mas poderiam melhorar.
Meu parceiro de trabalho enruga a testa.
— Me desculpe, mas nós passamos bastante tempo trabalhando nesse projeto, Diogo, e das últimas quatro vezes em que você colocou defeito nela, tudo o que temos feito é tentar melhorar o comercial.
Que audácia desse filho da puta.
— E mesmo assim, me trouxeram isto? Você ao menos analisou este vídeo antes de trazê-lo até mim?
— É claro que analisei, e o aprovei junto à equipe de Design.
— Pois deveria fazer melhor o seu trabalho. Estamos falando de um comercial de xampu em que mal aparece o xampu. Eu acho que você está há tempo suficiente trabalhando com marketing para saber que as pessoas não comprarão um produto que não sabem qual é.
— Eu sei de tudo isso, mas na última reunião que tivemos com nosso cliente, eles sugeriram trazer certo mistério para o produto. Me parece uma ideia arriscada, mas muito boa.
— Gonçalo, você está me dizendo que devemos produzir um comercial em que não aparece o produto que estamos tentando vender? — pergunto seriamente. Ele só pode estar de brincadeira. Todos estão de brincadeira comigo hoje.
— Este é o apelo, Diogo, deixá-los curiosos. Fazê-los pesquisar mais sobre a marca e aumentar o engajamento.
— Nós temos três dias para apresentar a proposta ao nosso cliente e mesmo que eles tenham sugerido ferrar com a própria marca, não vou arriscar. Quero o bom e velho método que sempre usamos. E tente dar um pouco mais de personalidade para a propaganda. Ainda não ficou cem por cento.
Ele quer discutir, eu sei que quer. Meu coordenador de marketing é um tanto quanto inflexível a respeito dos nossos projetos, mas ele sabe que eu tenho razão; além disso, sou seu superior. Ele não vai discutir desta vez.
— Okay. Vou me reunir com a equipe responsável para reeditarmos o comercial.
— Ótimo. Refaçam tudo e me tragam isto até segunda. Não temos muito tempo.
Quando a reunião se encerra, todos se retiram da sala. Eu permaneço aqui, minha mente rapidamente se movendo para qualquer direção, menos para o trabalho.
Não me interpretem mal, eu geralmente sou um ótimo profissional — não é querendo me gabar, mas não me tornei Diretor de Marketing Digital de uma das maiores Agências de Comunicação do Brasil aos trinta e dois se não fosse competente — mas acontece que estes últimos dias têm sido mais que estressantes.
Mais uma vez, meu celular se acende, me relembrando de que tenho uma ligação para fazer e não vou conseguir ignorar minha mãe por muito mais tempo, mesmo que tente. E eu tentei muitas vezes, acredite em mim.
Um movimento ao meu lado chama minha atenção. É minha assistente, Viviane, arrumando a mesa da reunião. Ela sequer olha para minha cara, sempre tão centrada e profissional. Uma ótima funcionária, me permiti admitir. Está trabalhando comigo há três anos e nos demos muito bem até então. Uma das poucas pessoas nessa empresa em quem eu confio. Talvez uma das poucas pessoas na minha vida em quem eu confio.
Volto a me lembrar da mensagem da minha mãe. Não vou conseguir ignorá-la por muito mais tempo, não quando sei que ela está esperando por uma resposta minha a respeito da minha presença no casamento do meu irmão, que será daqui a alguns dias. Ela quer que eu esteja lá, e que leve a minha nova namorada.
O problema é que eu não tenho uma namorada.
Não uma de verdade.
— Você precisa superar a Marcela — foi o que ela me disse hoje cedo, logo após eu lhe presentear com um silêncio de uns dois minutos inteiros quando descobri que meu irmão mais novo iria finalmente se casar com a minha ex e que eu precisaria estar em Búzios para a cerimônia em uma semana. Assim, sem aviso prévio.
— Do que a senhora está falando? Eu superei — lancei de volta, meu tom de voz um pouco irritado além do normal, porque eu sabia que ela não acreditaria. Minha mãe ainda acha que eu sou apaixonado por Marcela, mesmo depois de mais de dez anos desde que terminamos.
Ela fez aquele ruído com a garganta, como se estivesse duvidando da minha palavra.
— Você superou? Mesmo? Seu irmão mais novo está casando-se antes de você.
— Ah, mamãe, por favor — murmurei com exasperação. — O que isso tem a ver? Estamos no século vinte e um. Nem todo mundo procura filhos ou um casamento.
— Só estou dizendo isso porque sei de suas farras — reclamou. — Nunca me apresentou uma namorada. Estou feliz que Murilo está se casando em breve, mas também quero ver você me dando netos.
Soltei um suspiro e pressionei os dedos na ponte do nariz. Eu amo a minha mãe, mas às vezes ela me sufoca demais, principalmente com seus assuntos sobre casamento. E daí que não quero me amarrar a ninguém? Serei julgado por não querer viver a minha vida como o meu irmão?
No entanto, eu sabia que ela não acreditaria em minha palavra, nem entenderia os meus motivos para não querer estar no casamento de Murilo e simplesmente joguei a maior mentira que eu poderia ter pensado, me envergonhando como um adolescente idiota:
— Acontece que a senhora está errada. Eu tenho uma namorada.
Ela pausou, como se não estivesse acreditando.
— Está falando sério, querido? Uma namorada de verdade? Nada de encontros sem futuro?
Rolei os olhos.
— Claro que sim.
Ela fez um ruído que eu poderia facilmente interpretar como um gritinho feliz.
— Isso é ótimo! Traga ela ao casamento e finalmente nos apresente.
E foi assim que a deixei ouriçada para saber mais sobre minha suposta namorada e lhe contar as novidades. Ela não havia me dado paz desde o começo da manhã.
Agora, eu só preciso de uma namorada.
Uma falsa, de preferência.
ThaísÉ sexta-feira, o dia em que preciso arrumar minhas malas para viajar com Diogo no sábado, amanhã. Não tenho muito o que levar, então escolho o máximo de roupas que eu possa usar em uma casa de praia, além do vestido novo — e o único — que tenho para ir ao casamento. De qualquer forma, mando uma foto para Diogo mostrando minhas roupas, afinal, por mais que ele não tenha exatamente nada a ver com minha vestimenta, é a namorada dele que estou fingindo ser e quero estar apresentável no casamento de seu irmão.“Acha que isso é o suficiente?”Ele me responde de volta:“Talvez para usar como pano de chão. Onde está sua roupa para a cerimônia?”Isso me pega desprevenida porque o vestido que eu iria usar na festa foi justamente o da primeira foto que enviei a ele.“Eu te enviei a foto com o vestido que pretendo usar.” Digo, mandando a foto novamente.“Jogue-o fora.”Mas o que...“Você está me zoando ou o quê?”“Você não vai ao casamento do meu irmão como minha namorada usando isso.”“Não
Quando finalmente chego no local do bendito encontro, Larissa já está lá. Ela enfia as mãos nos bolsos dos seus shorts jeans e segue em minha direção. Eu tenho não encarar suas pernas nuas, mas ressalto mentalmente que elas são muito bonitas.Quando ela chega até mim, o sorriso é gigantesco.— Você não se atrasa nunca? — pergunto.Ela dá de ombros.— Por que eu me atrasaria?— Não sei. Eu pensei que fosse uma regra secreta entre garotas em encontros.Ela rola os olhos.— Essa foi a segunda coisa mais absurda que já ouvi essa semana. A primeira foi quando você me disse que não estava comendo direito — comenta. — Além do mais, por que eu me atrasaria em um encontro? Se eu estou gostando de um cara, eu não vejo a hora de vê-lo, certo? Não faz sentido fingir desinteresse.A sua maneira de pensar é interessante, me obrigo a admitir. Poucas pessoas teriam a mesma lógica que Larissa, embora seja a concepção mais simples de se ter.— Você tem um ponto — digo. — Mas então... o que vamos fazer?
Faltando poucos dias para a viagem, Larissa me manda uma de suas habituais mensagens cheias de emojis.Borboleta: Bom dia! Pronto para mais um programa de casal?Diogo: Eu achei que já tivéssemos feito isso.Borboleta: Ainda não tiramos fotos, lembra? Precisamos de fotos para caso alguém nos questione. Só por precaução.Diogo: sou ótimo com montagens. Posso tentar algo.Borboleta: Bleh. Sem chance. Tem tempo para um encontro essa noite?Eu fico uns bons minutos encarando essa mensagem sem saber como responder. O que diabos tem essa mulher e por que eu sempre acabo concordando com suas maluquices sem sequer questionar?Estou mesmo tão desesperado a ponto de virar refém de Larissa Aurora ou eu realmente gosto de tudo o que ela faz comigo? De qualquer forma, mando uma mensagem de volta:Diogo: Depende do que você tem em mente.Borboleta: Você deveria confiar mais em mim. Somos um casal agora.Diogo: Estamos começando a fazer esse jogo por mensagens também?Borboleta: Não sei. Você quer?
LARISSA — Esse vestido rosa me faz parecer um pouco... estranha. — Eu digo enquanto aliso o vestido de verão de caimento solto de frente para o espelho de Vivi. Me arrumei na casa dela para evitar questionamentos da minha mãe, e agora não sei por que estou nervosa apenas em me imaginar indo a um encontro com Diogo Castelo. Nem é um encontro de verdade, e ele claramente não tem nem um pouco de vontade sair comigo. De repente, me ocorre que ter inventado esse programa para conhecê-lo melhor pode ter sido uma péssima ideia. — Ei, por que você parece tão nervosa? — Vivi me pergunta, olhando-me desconfiada. — O que? Quem está nervosa aqui? Ela não hesita ao responder: — Você. Tem agido estranho desde a hora de se vestir. Tudo bem que aquele homem é intimidante, mas foi você quem teve essa ideia em primeiro lugar, não adianta tentar mudar o rumo das coisas agora. — Não estou nervosa — descarto suas desconfianças. — Bem, estou indo. Decidi que o encontraria na porta do Shopping e qua
Capítulo 6DIOGO— O projeto foi um sucesso. Meus parabéns a todos os envolvidos — elogio minha equipe.Depois que todos saem, Gonçalo ainda fica na sala. Ele me dá um aperto de mão, e eu o cumprimento.— Confesso que ainda estou chateado por não termos conseguido dar continuidade à minha ideia, mas não posso dizer que não gostei em todo. O projeto foi um sucesso e é isso o que importa.— Ainda teremos tempo para trabalhar sua ideia. Acho que você vai fazer um bom trabalho quando assumir o comando enquanto eu estiver fora.Ele sorri.— E então... como está a sua família com toda essa coisa do casamento?Dou de ombros.— Minha mãe está eufórica, é claro. É o sonho dela ver seus filhos casados.— E mesmo assim o irmão mais novo está se casando primeiro.Rolo os olhos.— Por favor, Gonçalo. Você também não.Ele ri.— Só estou brincando. Com certeza é algo que uma mãe casamenteira diria. — Ele faz uma pausa. — Mas você, no entanto, talvez não demore muito para seguir os passos do seu irmã
LARISSAIsso não é algo que eu vá admitir em voz alta, mas ele fica engraçado quando está carrancudo. Não de um jeito vergonhoso, mas talvez de um jeito fofo? É meio estranho eu estar chamando Diogo Castelo de fofo. Se há algo que esse homem consegue ser, adorável não está, nem de longe, entre uma delas, mas posso admitir que a maneira como sua testa se vinca ou como ele parece tão rígido, por mais que disfarce é, no mínimo, interessante.— Não acreditei que você fosse realmente vir — eu digo quando me aproximo.— Você queria conversar enquanto almoçávamos, não é? — Ele diz, já se levantando para puxar a cadeira para mim. — Aqui estamos.Faço um aceno de mão, para que ele não se preocupe e eu mesma puxo a cadeira e me sento. Um garçom vem nos atender, e Diogo pergunta:— O que vai querer?— Um suco está bom.Franze a testa.— Não está com fome?— Sempre pulo os almoços — respondo dando de ombros. — Já se tornou um hábito. Como qualquer coisa mais tarde.Ele se vira para o garçom.— Ok
Último capítulo