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Capítulo 8 O Retorno de Taylor

 

Taylor

 

Depois que me instalei na mansão, fui visitar um amigo. Queria fazer uma surpresa para ele. Logo que cheguei, fiquei sabendo das dificuldades na empresa. Como ele deixou chegar a esse ponto?

 

Depois de uma longa conversa (e até algumas broncas), o convidei para sair, mas ele disse que teria uma reunião com uma responsável da empresa de assessoria. Eles haviam sido contratados há um mês e estavam dando bastante resultado. Para atingir o planejado, eles enviaram uma proposta e, ali, ele estava... esperando a senhora Camila.

 

Não queria atrapalhar, então resolvi ficar olhando a cidade movimentada e os prédios ao redor do meu prédio comercial — já que tudo ali pertence a mim. Meu escritório ocupa os três últimos andares, junto à cobertura. Deixei o Otávio cuidando dessa parte enquanto fico aqui com meu amigo Jerne.

 

— Pode pedir que elas entrem, Marta — diz o senhor Jerne à secretária.

 

— Ok, senhor Jerne —

 

Ela se retira, mas não demora até ouvir Jerne bajulando a assessora Camila.

 

— Bem-vinda, senhora Camila. Que prazer recebê-la aqui. Ouvi muitos elogios sobre seu trabalho. Sente-se, por favor. E não se incomode com meu amigo ali — ele chegou há pouco tempo e veio me visitar. Como foi repentino, não deu tempo de cancelar nossa reunião. Acho que a senhora não se importará se ele ficar, não é?

 

— Não tem problema. Vamos ao que interessa, certo? — Camila fala sorrindo, entregando os portfólios.

— Estas são as nossas propostas. Espero que o senhor confira se está de acordo com tudo, para sabermos o que pode ser ajustado. Foram elaboradas pela nossa auxiliar Alicia, por isso ela veio comigo, senhor Jerne.

 

Escuto esse nome. Alicia? Não podia ser... não podia ser aquela Alicia. Aquela que eu não via há tanto tempo.

Me viro para ver as duas mulheres diante da mesa do meu amigo, e meus olhos se encontram com dois olhos cor de mel, arregalados, me encarando com surpresa. Ela estava em choque. Sua expressão muda rapidamente para algo sério. Sinto o corpo reagir sozinho, me aproximo ansioso.

 

— Alicia! Há quanto tempo! — falo, percebendo que a deixei nervosa.

 

Meu amigo sorri, e sua chefe olha para ela, confusa. Logo em seguida, olha para mim — e percebo que não demora muito para me reconhecer.

 

— O senhor Fidélis! Ai, meu Deus... desculpa, senhor Jerne, e senhor Fidélis. É que fiquei muito empolgada. Leio muito sobre o senhor nos jornais e meu chefe comentou que o senhor viria para a Itália. É o sonho dele conseguir trabalhar com o senhor. — Camila fala animada, mas logo olha para Alicia, que estava imóvel, muda.

— Você o conhece?

 

Os dois homens riem, e Alicia queria desaparecer. Estava com tanta vergonha... e pior: não sabia como reagir diante de Taylor. Já tinham se passado tantos anos, mas por que ela ainda sentia aquele nervosismo perto dele?

Ela não entendia. Ele estava diferente. Mais velho. Mais homem. Continuava lindo… talvez até mais. Sua presença dificultava sua respiração, e ela mal conseguia pensar.

Camila falava com ela, mas só voltou à realidade quando ouviu a risada de Taylor. Ela sabia que estava parecendo uma boba e tentou se acalmar.

 

— Oi! Quanto tempo, irmão — ela diz, deixando todos em choque, principalmente Taylor.

— Conheço sim, Camila. Somos como irmãos, crescemos juntos. Mas como me mudei para cá, acabamos perdendo o contato. E você sabe... a vida é corrida. Ele é muito ocupado. Não é mesmo, Taylor?

 

 

 

 

Taylor

 

Sorrio, confirmando suas palavras. Pelo jeito, ela estava se virando muito bem por aqui. Continuava linda. Seus cabelos presos em um rabo de cavalo, o estilo discreto de sempre.

 

— Bom, é melhor nos sentarmos ali no sofá. Acho mais confortável. Assim podemos conversar sobre as propostas e meu amigo pode matar um pouco da saudade da sua irmã —

 

Aponto para o espaço reservado: dois sofás, uma mesinha com revistas e, ao lado, um balcão com bebidas — provavelmente onde Jerne costuma descansar e receber visitas.

 

— Claro, senhor Jerne. Vamos. — diz a chefe de Alicia, sorrindo.

 

Me aproximo das duas e faço um gesto para que passem primeiro. Alicia me ignora e segue junto de sua chefe. Sigo logo atrás. As duas se sentam no mesmo sofá e sou obrigado a sentar ao lado de Jerne.

 

— Bom, pelo que vi, as propostas estão muito boas. Só não entendi essa parte aqui — diz ele, entregando o documento.

 

— Alicia, explique ao senhor Jerne como podemos ajudar a reduzir os gastos com novas contratações — diz Camila.

 

Olho para ela, curioso. Quando Camila lhe devolve o portfólio, escuto sua explicação sobre a proposta. Achei muito bem elaborada, mas alguns pontos pareciam difíceis de aplicar na prática.

Sabia que, dentro de uma empresa, sempre haveriam funcionários difíceis. E não gostei da forma como pretendiam lidar com a situação. Poderia ser perigoso, mesmo com toda a experiência de Camila.

 

— E então, vocês pretendem começar quando? — pergunta meu amigo.

 

— Senhor, se estiver de acordo, podemos começar amanhã mesmo. Vou deixar a Alicia responsável por me relatar todos os acontecimentos do dia. Espero contar com sua colaboração para que a respeitem. Quero realizar uma reunião com todos os chefes de setor para entender melhor a equipe e a quem reportar.

 

— Como desejar, senhora Camila. Vou informar minha secretária para organizar essa reunião. Deixo tudo em suas mãos. Espero que façam um excelente trabalho e me tragam ótimos resultados.

Ele sorri, mas eu sei que não será tão fácil assim lidar com os funcionários do Jerne. Conheço essa empresa há muito tempo — e, pior, conheço a fama dos funcionários mais antigos. Eles não respeitam ninguém, muito menos aceitam ordens de duas mulheres que vêm para mudar a conduta da empresa.

 

Vou precisar ficar atento a isso. Não deixarei ninguém maltratar a Alicia. Mesmo que, para isso, eu precise chamar a atenção do meu amigo.

 

 

 

 

— Então estamos acertados. Ah, senhor Fidélis, foi um prazer estar com o senhor. Quando contar para o meu chefe, ele não vai acreditar! Se precisar de qualquer serviço nosso, aqui está nosso cartão. Não hesite em nos procurar, ok? — diz Camila, sorrindo.

Pego o cartão, olho e guardo no bolso. Em seguida, olho para Alicia, tentando entender o que se passa na cabeça dela.

 

— Pode deixar, senhora Camila. Qualquer dia farei uma visita à sua empresa — respondo, sério, mas olhando diretamente para Alicia.

 

— Ouviu, Alicia? Ele vai lá! Imagina a felicidade do nosso chefe! Tudo graças a você, amiga —

 

Sorrio ao ver a animação dela. Jerne atende o telefone e se afasta. Aproveito para agir.

 

— Senhora Camila, posso roubar a Alicia um pouquinho? Precisamos conversar.

 

— Claro, Alicia, pode ir com ele. Nossa reunião terminou por hoje. Eu espero o senhor Jerne aqui mesmo. Vai lá. — ela diz, praticamente empurrando-a em minha direção.

 

— Mas, Camila... —

 

— Venha comigo, Alicia — digo, pegando sua mão e a puxando para fora da sala.

Sinto que ela está se segurando para não discutir comigo. Mesmo após tanto tempo, ainda conheço aquele olhar. Seus olhos diziam tudo: ela não queria ir — mas não conseguia dizer não.

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