A mesa já não era mais apenas o lugar de um jantar. O bife acebolado esfriava devagar no prato, o purê permanecia intocado em uma das travessas, e o suco de laranja perdera o frescor inicial. O silêncio que pairava entre os dois não era incômodo, mas denso, carregado de algo maior.
Paul largou os talheres de lado, passando a mão pelos cabelos, visivelmente nervoso.— Elise… — ele disse baixo, hesitante. — Eu vou te falar uma coisa que, na verdade, eu tinha decidido que não falaria agora. Ia deixar para outro momento. Mas… já que você me perguntou sobre o casamento, eu não posso mais guardar.Ela ergueu os olhos, surpresa com o tom dele.— Depois que você foi embora… — continuou, a voz falhando. — Você percebeu que eu te ligava sempre? Para saber como você estava, se estava bem… se precisava de algo?Elise assentiu, sem conseguir falar.— Eu não ligava só por preocupação. — ele confessou, o olhar preso nela. — Eu ligava porque eu