Philipe voltou ao apartamento do hospital com o peso do mundo nos ombros. A conversa com o doutor Samuel havia acalmado parte de sua ansiedade, mas a inquietação ainda queimava em seu peito.
Ashley ainda não havia retornado da sala de recuperação, e o quarto parecia silencioso demais.
Ele caminhou até a janela, olhou a cidade desperta lá fora e passou a mão pelos cabelos, pensativo.
"Como contar isso a ela? Como explicar que o homem que ela nunca conheceu... estava tão perto? E mais: que agora, por uma ironia divina, foi salvo por ela?"
Respirou fundo. Pegou o celular.
Era hora de ligar para quem mais podia ajudar. Os avós.
Discou. Esperou. A voz doce e familiar da avó atendeu.
— Oi, meu querido! Como estão as coisas? A Ashley já saiu do procedimento?
Philipe engoliu seco.
— Ainda não, vó... Mas... eu precisava falar com vocês. Urgente. É sobre algo que... eu não esperava. Ninguém esperava.