LAURA
Talvez eu estivesse sendo radical demais, mas tudo doía tão intensamente que queria arrancar meu coração fora.
Não aguentava a pressão, o desespero, estava presa nesse abismo de angústia sem fim, a vida não podia ter sido mais cruel comigo.
Sempre que pensava que poderia viver em paz, acontecia algo que estraga tudo, alguém.
Eu não queria viver assim, não mais.
— O que deu em você?
Puxei lentamente meus cabelos.
— Laura, estou falando com você!
— Estou ouvindo, Vitor! - digo irritada.
Eu pedi para que ele matasse uma criança inocente...
O que estou fazendo?
Quem sou eu?
Por que agir assim?
— O que está acontecendo com você?
— Ela afeta minha presença... Se ela está mesmo esperando uma filha sua, como quer que eu fique?
— Eu sei que errei, fui um maldito idiota. - se abaixou e segurou minhas mãos - Não se puna mais...
Não, Vitor... Não estou me punindo, estou punindo você.
Respirei fundo e me levantei, meus olhos se voltaram para as crianças brincando no jardim.
— O que vai dizer