Capítulo 2
Aquela jovem mulher depositou um beijo doce na bochecha de Carlen, e algo brilhante em seu dedo esquerdo refletiu a luz.

Olhei com atenção e percebi que ela usava um anel de pedra da lua no dedo anelar.

— Alfa, o anel que você me deu é lindo. Eu acredito que o nosso filhote conseguirá sentir o amor do papai pela mamãe.

Carlen colocou carinhosamente o próprio casaco sobre os ombros dela e, curvando-se, acariciou suavemente o ventre arredondado da mulher.

— Também estou ansioso pela chegada do bebê.

Ao presenciar aquela cena, sorri.

Mas, sorrindo, as lágrimas escorreram silenciosamente pelo meu rosto.

Durante sete anos, Carlen sempre manteve uma distância adequada das outras mulheres.

Houve um tempo em que até circularam boatos na Alcateia de que ele tinha aversão ao sexo oposto.

Ele nunca se importou com esses comentários, dizendo apenas que era questão de respeito à própria Luna.

Depois, chegou até a procurar Maria para aprender como ser um companheiro digno.

Eu sempre ria, dizendo que ele era sério demais, mas ele afirmava que fazia aquilo para me dar segurança.

Ele garantiu, mais de uma vez, que o coração dele pertencia somente a mim.

Mas agora, ele dividia aquele amor único com a mulher que carregava o filhote dele no ventre.

Observei tudo em silêncio, até que Carlen sentiu o peso do meu olhar.

No instante em que nossos olhares se cruzaram no ar, ele se endireitou bruscamente, como se a mulher em seus braços tivesse se transformado, de repente, numa chama escaldante.

Ele veio rapidamente até mim, segurou minha mão com nervosismo, os olhos transbordando preocupação.

— Irene, por que sua mão está tão fria? Por que você está chorando? Você me deixa muito preocupado assim.

A preocupação em seus olhos era tão genuína que, por um momento, me fez vacilar.

Mas, atrás dele, a mulher grávida me fitava com um ar de vencedora.

Ela apoiava uma mão no ventre e com a outra acariciava a barriga em círculos, seu olhar carregado de desafio.

Soltei a mão de Carlen, recuei dois passos e, reunindo minhas últimas forças, perguntei:

— Quem é ela? O filhote que ela carrega... é seu?

Naquele momento, apostei nossos sete anos de casamento e toda a minha coragem naquela pergunta.

Bastava que ele negasse, bastava que dissesse que o filhote não era dele, e eu acreditaria. Eu estaria disposta a esquecer toda a dor.

No entanto, a mulher soltou um soluço, como se zombasse da minha ingenuidade.

Um traço de culpa passou pelos olhos de Carlen. Ele fechou os olhos com dor e, ao abri-los, pronunciou aquela resposta cruel:

— É meu.

Minhas pernas perderam a força no mesmo instante, e caí pesadamente no chão.

Ao tentar me apoiar, minhas palmas se arranharam no piso.

Carlen imediatamente ajoelhou-se diante de mim, o olhar tomado pela aflição:

— Irene, você pode me punir, mas, por favor, não se machuque.

Ele segurou minha mão para examinar o ferimento, mas de repente parou:

— Seu anel de casamento... onde está?

Retirei a mão, sorri amargamente e apontei na direção da mulher:

—Não está já no dedo dela? Seu anel de casamento, basta um só.

Ao ouvir isso, o olhar dele ficou confuso, quis dizer algo, mas não conseguiu.

De repente, ele levantou a mão e deu dois tapas fortes no próprio rosto, tão intensos que deixaram marcas vermelhas imediatamente.

A mulher correu e colocou-se à frente de Carlen, protegendo-o.

Sua voz tremia, mas, ao encarar meu rosto, ainda tinha um tom de desafio:

— Sra. Irene, eu me chamo Lily. Eu e o Alfa fomos obrigados a ficar juntos. Por favor, não o culpe!

O semblante de Carlen ficou sombrio, sua voz tornou-se fria e dura:

— O nome da Irene não é para você chamar assim! Você deve tratá-la por Luna!

Lily encolheu-se levemente, mas ainda ergueu o queixo e disse:

— Luna, por favor, acredite em mim. Eu sou tão jovem... Se não fosse pela mãe do Alfa... eu jamais teria ficado com esse filhote!

Mal terminou de falar, o olhar de Carlen se voltou para ela, e ele exclamou, instintivamente:

— Não diga isso!

Naquele momento, compreendi.

Nosso casamento não tinha mais volta.
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