Sophie caminhou pela rua estreita que serpenteava entre os chalets, seguindo as instruções que Jean havia enviado. A noite caía suave sobre Chamonix, tingindo os telhados de um azul profundo. Ela respirou fundo; o ar frio fazia suas mãos tremerem — não apenas pelo inverno.
Quando finalmente chegou ao endereço, estranhou. Não era um restaurante, nem um café. Parecia uma antiga adega, discreta, com apenas uma lanterna iluminando a porta de madeira escura.
Ela entrou.
O ambiente estava silencioso e acolhedor. Uma mesa apenas. Uma. No centro da sala. E Jean estava ali, de pé, com um sorriso quase tímido… mas não o mesmo sorriso de sempre. Havia algo novo nele — uma confiança tranquila, quase perigosa.
— Pensei que teria mais gente — ela disse, num meio riso.
Jean se aproximou devagar, como quem não quer assustar um pássaro raro.
— Para você? Nunca.
Sophie sentiu um arrepio que não veio do frio.
— Você não é uma mulher para se levar a lugares barulhentos ou coletivos — ele continuou, puxan