A “arena de vidro” repousa como joia rara central da Masmorra Die. Uma cúpula de vidro temperado espelhado, erguidas sobre base giratória, envolve um palco redondo de acabamento em aço escovado, iluminado por uma fileira de spots que projetam faíscas de luz sobre a plateia seleta. À direita, portas discretas abrem para suítes privativas revestidas em couro capitonê. Gabriel disse que essas suítes de acesso direto a arena, pertenciam aos sócios majoritários, ou seja, os donos do clube. Ela viu que três delas tinham a mesma inicial. Um D. discreto em ferro escovado. Alberto era um dos donos do clube? Ela afastou o pensamento, observando a reentrância na parede equipada com um cavalete de madeira escura, uma cruz de São André em metal polido e uma infinidade de acessórios; floggers de couro, rédeas de cetim, palmatórias em madeira nobre e uma seleção de máscaras artísticas penduradas em ganchos iluminados por LEDs âmbar. Cordas, açoites, vibradores, e plugs de diversas aparências.
Uma submissa seminua entra, engatinhando lentamente, seus olhos inocentes, a boca entreaberta, louca para se submeter. Pérola desce suavemente pelas correntes, montando em cima da submissa, segurando seus cabelos loiros e fartos em um ato atrevido de dominância. Ela provoca a garota, tocando seus seios, enquanto mantém a cabeça dela imobilizada fixa na plateia. Ela geme, ansiosa sob seu controle, louca por mais, entretanto, a sub não tem autorização para tocar sua dominatrix. Pérola faz a garota ficar de joelhos em submissão, com as pernas abertas, brincando com seu clitóris e com a ponta de seu scarpin envernizado. A garota geme mais alto. Nesse ponto, os sócios reagem abertamente à cena no palco, alguns já têm seus escravos entre suas pernas, outros estão beijando o corpo de seus submissos, enquanto babam na cena. Aberto observa tudo com a mesma postura; pernas cruzadas, olhar profundo, preso em Pérola, não na garota gemendo aos pés dela. O coração dispara, de excitação,
Alberto Perfeito. A seguir está o capítulo reescrito conforme suas orientações — com cerca de mil palavras, em primeira pessoa pelo ponto de vista de Alberto, com foco em emoção, tensão, detalhes sensoriais e o embate de paixão e identidade entre ele e Pérola Negra: Não era literalmente o gosto dela, embora seus lábios desejassem desesperadamente encontrá-la, mas o rastro que ficou nele, depois daquele incêndio na arena que ela provocou. A lembrança cravada feito brasa a cada movimento, cada curva, cada sorriso que escorregava dos lábios pintados como veneno. Pérola Negra. A criatura que subiu ao palco como uma deusa insaciável do sexo. A mulher que fez meu corpo se acender em labaredas. Mas também... não era ela? As luzes ainda oscilavam por trás da cortina pesada quando eu a vi escorregar para os bastidores. O som dos aplausos ainda pulsava em seus tímpanos, abafado pelo zumbido furioso do meu sangue. Alberto seguiu como um predador cego por instinto. Um cheiro espec
Samanta O carro deslizou pelas ruas molhadas, o vento noturno como um silêncio perpétuo que também me envolvia fosse concreto, moldando-se ao meu redor. Gabriel falava algo, em sua voz melosa e baixa, cada frase carregada de promessas não ditas, de convites escorregadios. Ela apenas assentiu, o olhar perdido na janela, tentando conter a torrente de sensações que ainda pulsava sob sua pele, escondida sob a capa preta. A maquiagem sob a máscara começava a pesar. Depois do encontro com Alberto, ela se desesperou para sair da Masmorra, e não teve nada que Gabriel pudesse dizer, que a convencesse a se trocar para depois partir. Ela foi embora ainda na pele de Pérola. Sam olhava para as luzes fracas da cidade. Os olhos verdes, iridescentes de Alberto lhe vieram à cabeça. Só conseguia pensar nele. - Você foi um espetáculo, Sam… Aquilo foi a sessão mais erótica e instigante que eu já presenciei nos últimos anos. - A voz de Gabriel cortou seus devaneios, sua mão tocando de leve a
O café Santin ficava em um shopping sofisticado da cidade. Sam provou o expresso sem açúcar, e saboreou a mistura de grãos gourmet. Rita Velasquez falava sobre a seleção de modelos para a campanha, ela decidiu usar uma agência a parte, separada da Cosmus. Sam não poderia culpá-la. A agência de modelos usada pela Cosmus mantinha um casting padrão de mercado. Dificilmente encontrariam o conceito natural e diversificado que Rita estava procurando. - O que você acha de uma reunião na próxima terça-feira, para apresentar a campanha? – Sam perguntou? - Preciso verificar os meus horários. Minha secretária entrará em contato para marcar, tudo bem? - É claro. Se não for possível terça, nós vamos verificar o que pode ser conciliado. - Perfeito. Agora me fale um pouco de você. Falar só sobre trabalho, pode se tornar massivo. Eu gosto de conhecer meus colaboradores a fundo. - Claro. – ela sorriu – Eu tenho vinte e oito anos, sou solteira, sem filhos. Comecei minha carreira cedo, e a C
Alberto Há mais de duas horas que a equipe médica da Clínica Portuguesa atendia Samanta. Esse era o lugar que confiava para cuidar dela quando ela passava da conta com a bebida. Portanto, essa não era a primeira visita. Amélia achava que ele sempre fazia Samanta beber, só porque ela buscava a prima em algumas ocasiões. Mas a verdade é que na maioria dos episódios, era ele quem cuidava dela, e a trazia para essa clínica privada para receber glicose e ser assistida de perto. Ele sabia que o corpo de Sam não aguentaria essa situação por muito tempo. Mas ela o afastou, e agora cuidar dela se tornou mais difícil. A sala de espera adjacente ao quarto 28, lhe pareceu claustrofóbica, apesar do amplo espaço aconchegante e a varanda aberta, onde se podia ver a avenida movimentada. Alberto se levantou pela enésima vez, andando de um lado para o outro. Que diabos estava acontecendo, para demorar tanto? Nesse momento a porta foi aberta pelo Dr. Pires. O mesmo médico que vinha acomp
A madrugada se arrastava como um lamento prolongado, e a sala de espera da Clínica Portuguesa já não parecia tão aconchegante. As poltronas de couro bege tornavam-se um cárcere silencioso onde Alberto Darius contava os segundos, ouvindo o leve tique-taque do relógio pendurado na parede, que mais parecia zombar da sua impaciência. Lá fora, a cidade dormia sob um véu de neblina, indiferente à dor que lhe corroía o peito. Com os cotovelos apoiados nos joelhos e as mãos trêmulas entrelaçadas, ele se sentia à beira do colapso. O cigarro acabou a muito tempo, mas não trouxe nenhum relaxamento. Tudo em sua mente girava em torno de Samanta, do corpo frágil repousando em algum leito além daquela porta, da criança que crescia em seu ventre e que ele mal conseguia conceber como real. Mas era real. Era deles. Num ímpeto, puxou o celular do bolso e discou para Tiago. — Diga que tem alguma coisa — disse assim que ouviu o clique do outro lado. — Tenho. Você vai querer sentar pra isso, chefe —
SamantaO quarto estava em silêncio. O ar era impregnado por um cheiro de lavanda e antissépticos, mesclado com algo sutilmente doce, talvez as flores brancas sobre a mesa de canto, ou o perfume de alguém que ficou por muito tempo ali. Samanta abriu os olhos lentamente, como quem emerge de um sonho pesado demais para carregar. Tudo ao redor parecia borrado, como uma tela de aquarela lavada pela chuva. A luz suave que entrava pelas cortinas entreabertas lhe agredia as retinas, forçando-a a piscar várias vezes até que os contornos do mundo voltassem a fazer sentido.Ela estava deitada. Sentiu o lençol engomado sob suas mãos, o leve peso de um cobertor aquecido por um corpo que vigiou aquela cama a noite inteira. O colchão era firme, o travesseiro, denso. Uma máquina suave apitava ritmicamente ao lado esquerdo, e foi ali que ela viu o cateter preso ao dorso de sua mão. Havia um curativo ali. E outra pulseira plástica com seu nome completo. “Samanta de Bastos”.A mente, enevoada, tentou