Sam
A luz do fim da manhã atravessava suavemente as cortinas de linho do quarto, filtrando-se em um tom dourado sobre os lençóis impecavelmente estendidos. Samanta estava recostada sobre a cabeceira da cama, com várias almofadas apoiando suas costas e um cobertor leve envolvendo suas pernas. Usava um pijama de seda perolado, coberto pelo robe da mesma cor, e segurava uma xícara de chá de camomila que Alberto insistiu em preparar para ela.
Sam havia recebido alta naquela manhã, depois de horas de observação, exames e promessas rígidas de repouso absoluto. O médico liberou-a sob a condição de que ela evitasse qualquer tensão emocional.
Uma exigência quase cruel.
Desde o momento em que acordou no hospital, Samanta tentava se convencer de que tudo ficaria bem. Que bastava seguir as orientações, tomar os remédios, comer direito, descansar. Mas dentro dela, bem dentro, havia um peso que não saía. Uma pressão constante no peito que não tinha relação alguma com a úlcera que Alberto disse que