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Capítulo 2. Informações

No dia seguinte, ainda cedo, começaram a chegar os convidados. Alfas e Betas, com suas famílias que vieram de longe para festejar e apresentar suas filhas ao Alfa. Corina chamou Lara, que não pode se esquivar e atendeu-a:

— Bom dia, senhora Corina. Em que posso lhe servir?

— Venha hoje, às seis horas, para ajudar na cozinha com a limpeza, está bem?

— Sim, senhora, estarei aqui.

Lara correu para o herbário e chegou cansada e com o tornozelo doendo.

— Bom dia, senhor Schein.

— Bom dia, Lara. Como está seu tornozelo?

— Vou trocar o emplastro e já inicio o trabalho. O senhor vai à festa do Alfa?

— Quem não vai? — respondeu ele sorrindo, sequer lembrando que Lara não era alguém.

— Eu fui convocada, preciso chegar às seis horas.

— Até lá dá para fazer bastante coisa, inicie logo. Precisa plantar as mudas, colher as plantas para o spray ocultador e arrumar as prateleiras de medicamentos.

— Pode deixar, senhor Schein, deixarei tudo pronto antes de sair.

Rapidamente ela trocou o curativo,  pôs-se a executar suas tarefas e às seis horas da tarde, estava na frente de Corina.

— Aqui estou, senhora Corina, o que quer que eu faça?

— Deixei um uniforme no quartinho, tome um banho, vista-se e venha. Você será responsável por manter a cozinha limpa. Pode ir.

Foi para o quartinho no fundo da despensa, tomou banho e aproveitou para refazer o emplastro e enfaixar o tornozelo. 

— Que bom que é um uniforme masculino e tem touca. Assim escondo o tornozelo e os cabelos.

Deixei minhas coisas no pequeno armário e fui para a cozinha, onde o trabalho já havia começado e já tinha muita coisa para fazer. Uma fêmea se aproximou dela e perguntou:

— É você que ficará responsável pela limpeza?

— Boa noite, senhora. Sou eu sim, com licença que já vou começar. 

Lara sabia muito bem o que tinha que fazer e estava acostumada a receber ordens, mas não de estranhos. Não aceitaria ser humilhada por mais alguém.

— Mas que garota insolente, com quem pensa que está falando?

— Não sei, senhora, mas preciso trabalhar ou a sujeira vai acumular, com licença.

Como a fêmea não saía da frente, Lara virou-se e foi pegar a lixeira, um pano de limpeza e a vassoura. Começou limpando a mesa, que estava cheia de cascas de legumes, que jogou na lixeira. Passou a vassoura rapidamente e foi lavar a louça.

Um macho se aproximou e zombou da fêmea:

— É Lola, encontrou uma a quem você não pode pisar.

— Eu não piso em ninguém, só organizo o trabalho e se todos fossem eficientes, não precisariam que eu lhes chamasse a atenção.

Lara conseguiu manter a cozinha limpa, mas também, permanecer invisível. A festa começou e os garçons iniciaram o serviço. O jantar ficou pronto e foi servido e Lara sentou-se na escada que saía da cozinha para a área dos fundos, para sair do caminho.

Corina saiu e sentou-se um instante, dando a ela um copo de suco.

— Logo terá terminado e poderemos descansar. O bufê irá embora e ficará mais fácil limpar tudo.

— Sim, até aqui foi tranquilo, senhora Corina. Obrigada pelo suco.

Ouviram o barulho de algo se quebrando dentro do salão e Corina levantou-se correndo para ver o que era, logo estava de volta chamando Lara.

— Venha, pequena, precisamos de limpeza no salão.

Lara levantou-se,  pegou uma pá com uma escova caso, houvessem cacos de vidro e o esfregão do Mop. Sempre andava com um pano de limpeza no bolso, para uma eventualidade.

Entrou no salão rapidamente, seguindo Corina e ficou surpresa quando viu que teria que limpar a área do Alfa. Ele estava todo molhado e havia se levantado. Olhou para ela e ordenou:

— Limpe isso enquanto me troco.

— Sim, Alfa. — respondeu ela, de cabeça baixa.

Quando ele saiu, ela juntou todos os cacos do prato quebrado, assim como os restos de comida que se espalharam sobre a mesa, foi rapidamente jogar tudo na lixeira e voltou para passar um pano úmido e deixar cadeira e mesa limpos.

Corina trouxe outro conjunto de louça para repor o que foi quebrado e quando as duas estavam se retirando, o Alfa voltou.

— Espere, não vá.

Lara continuou saindo, pensando que ele estava falando com Corina, mas logo sentiu as garras dele entrando em seu braço.

— Não escutou a minha ordem?

— Desculpe, Alfa.

— Fique ali no canto da parede, para o caso de ser necessária, novamente.

Lara não sabia o que tinha acontecido, mas se posicionou ao lado de um dos seguranças, no canto da parede, com a cabeça baixa. 

Depois de tanto trabalho, seu tornozelo começou a doer e se permanecesse de pé por muito tempo, logo não aguentaria sustentar o corpo naquela posição.

Já estava de pé a algum tempo, quando ouviu o rosnado baixo do Alfa.

— Pare de me encarar, atrevida, vire a cara para a parede.

Como Lara estava com a cabeça baixa, não entendeu que era com ela. A dor no seu corpo estava aumentando, o que a deixava desapercebida do ambiente ao seu redor. Não viu quando ele levantou-se e foi até ela, com suas garras à mostra, segurou seu braço e virou-a violentamente de cara para parede.

Ela cambaleou, bateu a testa na parede e se ele não estivesse a segurando, teria caído. Ele pareceu perceber e sustentou-a, até que ela conseguiu se firmar, só então a largou e voltou para o seu lugar.

Iniciou um burburinho pelo salão e Lara ouviu um dos convidados reclamar:

— Por quê ele está sendo tão violento com a serva, o que ela fez de errado?

— Ela é um filhote de rebeldes e vive de favor, não tem loba e acha que pode fazer o que bem quer. Quer levar para a sua Alcateia, Alfa Jerome?

— Minha companheira ficou com pena da jovem, perdemos nossa filha assim que nasceu e ela é atormentada por isso todas as noites. Nos perdoe.

— Eu soube desse caso, quanto tempo faz?

— Mais de 20 anos.

— Nunca a encontraram?

— Não, procuramos por todos os lados, mas com a invasão dos desgarrados, não a encontramos.

— Foram eles que a sequestraram?

— Não, foi uma fêmea rebelde e invejosa, que queria ser a Luna. Ela sumiu com a nossa filhote assim que nasceu. — quem respondeu, agora, foi a Luna Desirrè.

Um sonido apitou na mente de Lara, lembrando-a da sua própria história, mas estava tão cansada e com dor, que logo o pensamento lhe escapou.

— Sinto muito por vocês, pelo menos têm dois herdeiros machos que assumirão a Alcateia.

— Sim, poderia ser o nosso consolo, mas não é, sempre sentirei falta da minha filhotinha. — lamentou-se Desirée.

Um movimento chamou a atenção do Alfa, era Lara, virando o rosto para ver a Luna que falava.

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